Desde o nascimento até a velhice passamos por fases de aquisição motora que estão diretamente ligadas a idade, e nesse processo vivenciamos etapas de aprendizagem, especialização e manutenção destas habilidades.

Apesar de não haver grandes diferenças no que tange o processo de aprendizagem motora de indivíduos de desenvolvimento típico e atípico, devemos levar em conta que aqueles que estão dentro do espectro do TEA tendem a apresentar interesses restritos de atividades, e se as motoras não estão entre elas, a falta do contato poderá trazer prejuízos a motricidade.

As atividades motoras devem ser visualmente comunicativas, ou seja, dizerem através de referências visuais a ação a ser realizada, pois no TEA o visual é intenso, devem levar em conta a capacidade de cada um, não exigindo nem mais nem menos do que podem oferecer no momento e devem ser estruturalmente organizadas, sem a presença de estímulos visuais desnecessários que possam levar o indivíduo a perder o foco.

Outro ponto importante é que quando organizadas pelo sistema de circuitos, ficam mais facilmente compreendidas e dão uma previsibilidade do que deverá ser feito, evitando dessa forma que o indivíduo com TEA se desorganize.

Um indivíduo com o espectro de autismo deve ter cuidados especiais, mas ela pode e deve brincar. Muitos pais e responsáveis ficam em dúvida quando o assunto é brincadeiras que auxiliem a cognição, o bem-estar e a coordenação motora do pequeno.

Algumas práticas auxiliam muito a criança com autismo. A brincadeira age de uma forma impressionante, pois ela estimula a interação social, a comunicação e diminui os comportamentos repetitivos. Além disso, o indivíduo pode desenvolver a coordenação motora de forma satisfatória.

O ato de brincar é terapêutico para o autista. No entanto, é importante saber que há determinadas atividades que devem ser evitadas, pois o indivíduo precisa se sentir atraído pelo objeto.

Mas lembre-se, nem toda atividade deve ser usada pelo indivíduo com autismo, considerando a hipersensibilidade tão comum a ela. Há autistas que têm grande sensibilidade auditiva ou tátil. Um detalhe importante é que o indivíduo autista também apresenta distúrbios sensoriais no que se refere a determinadas texturas. Então, é importante conhecer o indivíduo para compreender o seu gosto.

Considerando ainda os distúrbios sensoriais, é importante ressaltar que atividades barulhentas podem amedrontá-lo ou deixá-lo agitado. É preciso tomar muito cuidado e escolher a atividade que seja compatível com a cognição do indivíduo.

Colorir, tocar um brinquedo e encaixar peças também são completamente úteis para o desenvolvimento da coordenação motora.

Há brincadeiras que ajudam a reduzir a ansiedade. É muito importante habituar a criança acerca do objeto, das fases da brincadeira e apresentar a ela maneiras de se acostumar com o material. A partir disso, você pode induzi-la a outros objetos, tudo de forma muito paciente para estimular desenvolvimento e habilidades do indivíduo.

O indivíduo com autismo precisa descansar e não deve ficar recebendo estímulos de forma acentuada, pois isso pode agitá-lo. É importante frisar que apesar do convívio com outros colegas, a criança precisa também de um momento para brincar sozinha.

Isso também é terapêutico. O certo é introduzir aos poucos as atividades para que o pequeno descubra, com o auxílio de um mediador, o que ele gosta.

Por fim, não se esqueça de que o indivíduo com autismo precisa de atenção, paciência e muito amor para que ele se desenvolva através de um tratamento devido e com muita compreensão.

A brincadeira é uma excelente forma de estimular o desenvolvimento das crianças com autismo. Além de auxiliar as habilidades motoras e cognitivas, o brincar promove uma melhor comunicação e interação social.

A seguir, reunimos ideias de atividades para crianças com autismo que auxiliam na aprendizagem e na sociabilização:

Invente histórias

Existem muitos jeitos divertidos de inventar histórias e muitos deles se integram nas atividades pedagógicas para crianças autistas. Se a criança não for alfabetizada, é possível trabalhar com imagens ou objetos para criar uma história bem divertida. Uma ideia é colar recortes de figuras em pedaços de cartolina. Essas serão as cartas do jogo.

Lembre-se de criar 4 delas com um ponto de interrogação. Depois, embaralhe todas as cartas com as figuras voltadas para baixo. Em seguida, peça para a criança retirar uma carta do monte. Ela terá um minuto para iniciar uma história relacionada com figura da carta. O próximo participante deverá pescar uma nova carta e usar a figura dela para dar continuidade à história. Caso a carta pescada seja o ponto de interrogação, o participante está livre para criar o que quiser. 

Vocabulário de bexigas

Atividades de alfabetização para autismo também podem ser desenvolvidas com brincadeiras. Que tal usar bexigas para treinar o vocabulário e praticar a pronúncia das palavras? Para fazer a brincadeira, desenhe uma letra em cada bexiga.

Você pode colocar música e pedir para a criança espalhar as bexigas. Quando a música parar, ela deverá escolher uma e pensar em palavras que começam com a letra da bexiga. Se a criança apresentar dificuldades, ofereça pistas. Aproveite as bexigas para desenvolver outras atividades de alfabetização para autismo com brincadeiras, por exemplo, você dizer a palavra e a criança buscar a bexiga com a inicial correspondente.

Incentive a imitação para chegar à comunicação. Através da brincadeira chegaremos no melhor da criança.

 Reforce o que elas fazem bem. Essa forma de estimulação trata-se de qualquer coisa que a criança goste, e pode ser algumas dessas coisas:

– Comestíveis. Qualquer tipo de alimento ou bebida.

– Tangíveis. Brinquedos ou objetos que pela sua textura chamem a atenção da criança.

– Atividade. Atividades de lazer ou passatempos. Podem ser jogos ou brinquedos.

– Sociais. Elogios e adulações acompanhados de carícias. 

 Faça cartazes com desenhos de elementos básicos como comer (especificando os alimentos), tomar banho, vestir-se. Coloque esses cartazes num lugar que a criança possa ver, para que mostre para ela o que você deseja. Pode ainda perguntar a ela: “O que é isso?” E fale você mesmo sobre o objeto desenhado.

A identificação precoce de sinais que podem sugerir problemas no desenvolvimento da criança abre espaço para remediações e correções interventivas, as quais vão induzir a construção de competências que outrora não se cristalizariam sem a devida estimulação.

Neste contexto, o desenvolvimento cognitivo tem importante destaque. Para este assunto, oferecemos ao professor, um excelente curso on-line que traz a capacitação necessária para o diagnóstico e estratégias para sala de aula com aluno TEA. Clique e saiba como esta capacitação pode mudar seu cenário escolar

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