Uma das principais expectativas em torno de uma criança diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é saber se ela vai se desenvolver a ponto de alcançar o autocuidado e a autonomia plena. Esse sentimento costuma estar presente no seio familiar e no ambiente escolar do pequeno.

Nesse sentido, a busca por técnicas e exercícios que propiciem essas conquistas tem um lugar especial na jornada de pais e responsáveis que almejam ver o melhor para seus filhos. No entanto, existem alguns pontos importantes para que o progresso seja realmente adquirido.

Dentre os pontos que devem ser levados em conta está o fato de conhecer em que nível do espectro a criança se encontra. Por exemplo, saber se o pequeno convive com o autismo leve, moderado ou severo; se há comorbidades e quais são elas. Perceba a quantidade de detalhes que devem estar em evidência para propor o autocuidado e a autonomia no autismo.

É interessante começar pelas funções básicas do dia a dia?

Sim. Isso significa que a criança deve ser incluída em uma dinâmica que envolve situações de seu próprio cotidiano, como as funcionalidades mais elementares de sua vida corriqueira: tomar banho e escovar os dentes após se levantar; trocar de roupa, ir ao banheiro e realizar a própria higiene; entre outros.

Qual a importância de induzir o autocuidado e a autonomia no autismo

O desenvolvimento da criança é algo que deve ser sempre buscado por seus familiares e pelos terapeutas responsáveis pelas intervenções presentes no planejamento. Dessa forma, nada melhor que traçar meios de incentivá-la dentro de parâmetros que respeitem a sua individualidade, antes de tudo.

Além disso, veja outro motivo que mostra a importância de se induzir os pequenos com TEA a uma vida mais independente, de acordo com o professor Luiz Paulo Moura Soares, do Grupo Rhema Educação:

– Aprender atividades da vida diária é essencial para a vida de todas as pessoas. Esse conjunto de habilidades é aprendido desde a infância e é o que determina a conquista da autonomia e independência por cada indivíduo.

Como trabalhar o autocuidado e a autonomia no autismo?

O professor Luiz Paulo Moura Soares cita Catânia (1999, p. 142) para afirmar que há determinadas sequências de comportamento que podem ser “reduzidas a unidades menores e, dessa forma, a análise dos componentes pode ser confirmada experimentalmente, verificando-se o quanto os componentes são independentes um dos outros.”

Inclusive, vale ressaltar que com base nessa teoria a Análise de Tarefas (Task Analysis) foi desenvolvida. Ela simboliza uma das principais estratégias comportamentais usadas nos treinos das chamadas Atividades de Vida Diária (AVD’s).

O professor explica que esta estratégia é caracterizada pela divisão de uma tarefa complexa (cadeia de respostas) em seus respectivos componentes e “ensinar cada tríplice contingência separadamente.” Isso é feito por meio de ajudas necessárias para cada resposta e reforçamento contingente à conclusão de cada passo. Ou seja, essa prática contribui para que as tarefas sejam realizadas de maneira completa e independente.

Para se ter uma ideia da dimensão dessa abordagem, é válido reiterar que a estratégia mencionada é responsável por garantir o sucesso das crianças com TEA, além de valorizar o reforçamento em todas as etapas cumpridas. Por fim, devemos falar que isso torna o aprendizado mais motivador e menos custoso, em vez de tentar ensinar a atividade inteira sem essa fragmentação pensada detalhadamente.

Como a ABA pode ser uma grande aliada nesse processo?

Primeiramente, vamos relembrar uma informação importante: a ABA não é um método. A ABA – Análise do Comportamento Aplicada – é uma ciência. Ela é originada do Behaviorismo, cuja função está voltada para a observação e análise, e explica a “associação existente entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem”, como afirma o professor Luiz Paulo Moura Soares.

Ele afirma que a partir do momento em que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser exercido para modificar aquela conduta. Em outras palavras, a ABA se baseia no conjunto de aspectos apresentados pela criança durante o processo de observação realizada pelo especialista.

Como o reforçamento arbitrário estimula a criança?

Diante da necessidade de se trabalhar o autocuidado e a autonomia no autismo, é preciso ressaltar que essas crianças precisam do reforçamento arbitrário como forma de incentivá-las a praticar cada vez mais ações adequadas. Tudo isso para mostrar a elas o quanto ela evoluiu.

Em outras palavras, quando elas conseguem realizar alguma atividade (trocar de roupa ou se higienizar), os adultos de seu convívio devem elogiar a atitude (reforço social); e retribuir esse progresso com algo que as deixem feliz (um objeto, um desenho, uma música), ou seja, uma recompensa.

Como saber esses e outros detalhes com profundidade?

O que você acabou de ver acima é apenas uma pílula de conhecimento, pois o conteúdo completo depende de tempo e dedicação para o domínio necessário. Por meio de abordagens, aulas expositivas e muito ensinamento, esse tema pode ser trabalhado com riqueza de detalhes e evidências científicas.

Para isso, o curso de Pós-graduação em TEA – Transtorno do Espectro Autista – do Grupo Rhema Educação, é uma especialização diferenciada. Os alunos têm muito a aproveitar por meio de aulas online e ao vivo, materiais atualizados e professores experientes.

Ficou interessado? Fale com um consultor.

Referência

SOARES, Luiz Paulo Moura. Como trabalhar as atividades da vida diária com as crianças com TEA? Grupo Rhema Educação.

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome