Olá, professores!

Com a chegada da pandemia da Covid-19, a dinâmica pedagógica passou por uma série de mudanças. Primeiramente, tais modificações se apresentaram como desafios tanto para instituições como para os alunos. Afinal, como fazer para despertar a atenção e o interesse no contexto virtual?

Dessa forma, o ano de 2020 foi caracterizado pelo ensino remoto, que se resumiu em aulas on-line gravadas ou ao vivo. Portanto, essa modalidade se fez presente na realidade de escolas infantis a universidades, abrangendo um grupo variado de pessoas.

Quais são os desafios?

Para os adultos que já eram adeptos do ensino a distância (EaD), a transmissão de aulas virtuais não simbolizou tanta diferença. Por outro lado, aqueles que estavam acostumados com o ambiente da sala de aula precisaram se reinventar, isso inclui tanto os alunos como os educadores.

Além disso, a forma de passar o conhecimento e os conteúdos foi outro ponto que precisou de adaptações consideráveis. Há que se ressaltar as diferenças nas dinâmicas no presencial e no virtual. Assim sendo, o ensino remoto se consolidou como uma educação emergencial para muitas realidades, dada a urgência em continuar com o ano letivo em um cenário marcado pelo isolamento social.

Qual o impacto da pandemia no ensino híbrido?

Diante do que foi visto no primeiro ano da pandemia do novo coronavírus, as alternativas aumentaram as possibilidades de uma reinvenção da educação. Com isso, o ensino híbrido se mostra como algo que veio para ficar; e não somente no ensino superior, algo que já era relativamente comum.

Especialistas afirmam que o legado da pandemia para a educação é o fortalecimento do ensino híbrido, principalmente no que diz respeito a uma tendência que começará a partir do ensino infantil. Nesse sentido, todos os envolvidos deverão passar por adaptações que favoreçam o dinamismo frente às cobranças do ensino híbrido.

O ensino híbrido é o mesmo que ensino a distância?

Não. Em primeiro lugar, o ensino híbrido prioriza a subjetividade do aluno. Em outras palavras, a criança passa a trilhar seu próprio caminho no processo de aprendizagem. No entanto, isso não significa que a presença do professor não será mais determinante. Muito pelo contrário, o educador vai ser fundamental para mediar o conhecimento.

Além disso, os professores serão responsáveis pela utilização de ferramentas digitais que vão proporcionar aos alunos o acesso aos conteúdos estudados. Inclusive, o papel de transmissor vai ceder espaço à função de mediador no que diz respeito à atuação estratégica do educador. Ou seja, o professor vai ter as bases para ensinar os alunos a lerem nas entrelinhas, como afirma o pesquisador Frederic Litto, da USP.

No ensino híbrido, as crianças passam a ser detentoras do próprio protagonismo e da inteligência emocional quando interagem com o conteúdo abordado, o que gera um avanço na condução do processo pedagógico. Nesse sentido, Litto reforça que a formação continuada é o caminho ideal para os professores atuarem nas novas demandas da educação.

No ensino a distância, a exposição de ideias acontece de maneira mais geral, muito próximo ao que vemos em cursos superiores, por exemplo. Ainda assim, o EaD tem toda uma dinâmica pensada para propiciar a aprendizagem e a interação com professores ou tutores.

No entanto, ele se distancia do hibrido quando não une o presencial com o virtual, evidenciando a subjetividade e o lado protagonista de cada aluno em sua trajetória. Aliás, esses aspectos são os principais pontos levantados pelos defensores do ensino híbrido.

Existe alguma estratégia para o ensino híbrido?

Pesquisadores da educação salientam algumas técnicas que potencializam a modalidade de ensino híbrido, a saber:

Rotação de laboratório: ocorre quando o professor propõe a exposição de conteúdo a partir de dois tipos de aprendizagem distintos. Logo depois, o educador inverte as modalidades utilizadas como forma de reforçar o que foi ensinado.

Exemplo: imagine que você divida uma turma em dois grupos (A) e (B). Primeiramente, o A ficará responsável por estudar ciências em suportes digitais. Com isso, o B vai ter contato com a mesma matéria em livros e cadernos. Em seguida, você vai trocar os suportes, ficando o B com o digital e o A com os livros.

– Rotação por estações: ocorre quando você divide a turma em pequenos grupos/espaços com atividades independentes, mas com a mesma temática. Nesse sentido, os alunos devem se revezar entre as divisões, fazendo com que cada um tenha contato com ferramentas tecnológicas. É importante que haja esse revezamento para fixar o conteúdo.

– Sala de aula invertida: ocorre quando o educador pede que os alunos estudem determinada matéria em casa, por meios eletrônicos. Assim sendo, as crianças vão para a sala de aula complementar o que aprenderam por meio de dinâmicas presenciais.

O ensino infantil está pronto para a modalidade híbrida?

Considerando que as crianças de hoje são consideradas nativas digitais, o contato com ferramentas eletrônicas e virtuais não se mostram como novidades. Aliás, a geração atual está acostumada a esses espaços antes mesmo de iniciar a alfabetização.

Entretanto, é preciso pensar em planejamentos que reforcem as estratégias voltadas para o ensino híbrido. Por isso, reunir a coordenação pedagógica e todos os professores se torna essencial para colocar em prática uma modalidade que chegou para ficar.

Referência

BENTO, Lillian. O ensino híbrido e a reinvenção da educação. O Popular, fev. 2021.

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