A autorregulação emocional no autismo é um tema muito importante que deve ser abordado, afinal, as emoções em crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA) ocorrem de forma diferente e atípica.

Mas, o que é autorregulação emocional, como ela pode ser trabalhada em crianças com TEA? Neste artigo te contaremos tudo isso! Vamos lá?

O que é autorregulação emocional?

A autorregulação pode ser definida como a habilidade de modular as emoções, cognição e comportamentos para alcançar um determinado objetivo.

No desenvolvimento do processo de autorregulação, podem existir três processos regulatórios que são convergentes e integrados: 

  • A regulação cognitiva;
  • A regulação emocional;
  • A regulação comportamental.

Regulação Cognitiva

A regulação cognitiva está relacionada à habilidade do indivíduo de reter e manipular informações. Além disso, este tipo de regulação tem efeitos sobre mecanismos neurocognitivos, como:

  • Atenção;
  • Inibição; 
  • Compartilhamento de tarefas;
  • Memória de trabalho.

Regulação Emocional

A regulação emocional, por sua vez, é aquela que, através de estratégias, busca manejar, inibir ou melhorar a ativação emocional, ao mesmo tempo em que dá suporte à adaptação social.

Além disso, a regulação emocional pode acontecer de duas formas: problemática ou adaptativa. Contudo, saber lidar com as emoções de maneira adaptativa pode levar à redução da intensidade das mesmas e da sua exacerbação.

Regulação Comportamental

Por fim, a regulação comportamental é uma estratégia que visa obter o controle do próprio corpo, como:

  • Controlar respostas impulsivas;
  • Engajar em atividades;
  • Obedecer às demandas dos adultos, etc.

Como trabalhar as emoções em crianças com TEA?

Em crianças com TEA, a autorregulação emocional funciona de maneira a aprimorar e dar suporte à adaptação da criança.

Isso porque os stims ou estereotipias funcionam como mecanismos de regulação de pensamentos, emoções e sensações, fazendo com que estas crianças possam ser hiporresponsivos ou hiperresponsivos.

Algumas estereotipias que estas crianças podem apresentar são:

  • Agressão ou autoagressão;
  • Pular;
  • Correr;
  • Agitar, sacudir ou bater as mãos;
  • Inclinar o tronco para trás, em pé ou sentados, repetidas vezes.

Dessa forma, o trabalho da psicopedagogia na autorregulação emocional do autismo é imprescindível, auxiliando a criança a buscar caminhos que potencializam seus pontos positivos e diminuam seus excessos comportamentais.

Dicas para trabalhar a autorregulação emocional do autismo

A fim de trabalhar a autorregulação emocional, é preciso tentar descobrir o porquê do comportamento da criança com TEA. 

Muitas vezes, elas podem estar passando por algum problema e não sabem como lidar com a situação, utilizando do comportamento como forma de dizer algo.

Assim, o primeiro passo é conversar com a criança a respeito de seus sentimentos, pedindo que ela nomeie emoções e tente explicá-las. 

Mas, além disso, existem outras estratégias que podem ser aplicadas a fim de trabalhar a autorregulação emocional, como:

  • Oferecer diferente escolhas ao seu aluno;
  • Manter uma rotina na escola;
  • Apresentar padrões comportamentais saudáveis e não saudáveis;
  • Ensinar exercícios de relaxamento;
  • Durante crises, esperar a criança acalmar para intervir;
  • Além de valorizar as atitudes positivas da criança, a fim de estimular este tipo de comportamento.

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Referências:

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