Olá, professores!
Constantemente, algum aluno apresenta características que nem sempre se encaixam em um padrão comportamental dito normal. Há que se ressaltar que o ambiente da sala de aula tende a ser diverso, diante dos perfis distintos que o espaço pode abrigar.
Com isso, é absolutamente comum que haja crianças mais expansivas. Por outro lado, pode haver aquelas com o jeito introspectivo. Nesse sentido, o aspecto pedagógico também recebe influências e denota sinais que exprimem a facilidade do pequeno em determinadas áreas do conhecimento. Ainda assim, habilidades e competências mais desenvolvidas, tal como leitura e escrita.
Portanto, o quesito aprendizagem deve igualmente ser observado, uma vez que as crianças podem ter um percurso acadêmico normal. Porém, na mesma sala existe a possibilidade de haver o aluno que demonstra dificuldades em situações que nem sempre são vivenciadas por seus colegas. Os motivos são vários, mas um que se mostra relativamente presente é a Dislexia.
Como conceituar a Dislexia?
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), ela se caracteriza como um transtorno específico de aprendizagem cuja origem é neurobiológica. Segundo a instituição, o principal sintoma é a dificuldade no reconhecimento preciso e fluente da palavra. Além de manifestar problemas na habilidade de decodificação e em soletração.
Dessa forma, é possível ter uma dimensão acerca da situação. No entanto, muitos educadores ainda podem confundir a dislexia com dificuldades de aprendizagem e, por isso, propor estratégias que não serão eficazes na busca pelo desenvolvimento da criança.
Assim sendo, a melhor maneira de estabelecer uma ponte que leve ao conhecimento sobre a Dislexia é a capacitação, comunicação com os pais do pequeno e a solicitação de auxílio aos psicopedagogos da instituição. Seja como for, existem perguntas que também ajudam a desvendar e a entender detalhes que indiquem a incidência da Dislexia na vida do aluno.
Que perguntas podem identificar os sinais de Dislexia?
Primeiramente, as perguntas a seguir são aquelas que não somente os pais fazem, mas os professores e outros profissionais que lidam indiretamente com as crianças. Então, nada melhor que expor 30 questões que são geralmente feitas a fim de que sejam evidenciados os pontos sobre a Dislexia. Vejam a seguir:
– QUESTIONÁRIO SOBRE A DISLEXIA
A Dislexia é uma doença?
Resposta: Não, a Dislexia é uma condição neurobiológica.
Existem sinais precoces?
Resposta: Sim, os principais são o atraso do desenvolvimento da fala, dificuldades voltadas para o reconhecimento, a pronúncia, a memorização e todos os fatores relacionados à fala.
Quais são os sinais de Dislexia?
Resposta: eles podem ser percebidos tanto na comunicação oral, na leitura e na escrita. Com isso, os sinais consistem em evidenciar atrasos e grandes dificuldades nessas três habilidades.
Quais são as causas da Dislexia?
Resposta: De acordo com pesquisas, a influência genética tem profunda participação.
Ela tem fator hereditário?
Resposta: Há grandes possibilidades de hereditariedade.
Existem níveis distintos de Dislexia?
Resposta: Sim, isso depende de cada pessoa.
Há prevenção?
Resposta: Não é possível prevenir uma condição neurobiológica.
A Dislexia tem cura?
Resposta: Não, é uma condição crônica.
O que é processamento fonológico?
Resposta: Processamento fonológico é a habilidade da pessoa em dominar e manipular a linguagem a partir da identificação de palavras individuais, sílabas e fonemas.
O que é disortografia e qual a relação com a Dislexia?
Resposta: Disortografia é a falta de capacidade, manifestada pelo aluno, em aprender a escrever sem erros de ortografia. Essa situação é constantemente observada em crianças que vivem com Dislexia.
Existe tratamento medicamentoso para a Dislexia?
Resposta: Não há remédios para Dislexia, mas adaptações e terapias especializadas.
Qual o impacto da Dislexia na vida da criança?
Resposta: Baixa autoestima e autoconfiança abalada. Se não tratada, pode ocasionar em evasão escolar.
Qual o impacto da Dislexia no desenvolvimento motor?
Resposta: Estudos sugerem que as crianças com Dislexia tendem a manifestar o desenvolvimento motor com alteração. Inclusive, em habilidades de função motora global, organização espacial e temporal; e o equilíbrio. (OLIVEIRA; CAPELLINI, 2013)
Qual o impacto da Dislexia na vida profissional?
Resposta: Depende do nível da Dislexia, da pessoa e da função. De qualquer forma, há espaço para todos.
O aluno com Dislexia pode aprender a ler?
Resposta: Sim, sobretudo com adaptações que sejam suficientes para o aprendizado.
Uma pessoa que vive com Dislexia consegue ter uma vida normal?
Resposta: Sim, absolutamente normal. Seja no ambiente acadêmico, profissional e pessoal.
Por acaso existe alguma relação entre inteligência e Dislexia?
Resposta: Não. A cognição fica intacta, o que possibilita a pessoa a desfrutar de uma vida sem nenhuma limitação em suas funções.
Como realizar o diagnóstico?
Resposta: Por meio de uma equipe multidisciplinar e com o uso de técnicas e análises criteriosas.
Em que lugares o diagnóstico pode ser feito?
Resposta: Em consultórios de profissionais especialistas na área, tais como psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos.
O diagnóstico precoce pode ajudar?
Resposta: Sim, pois quanto mais cedo, maiores são as chances de a criança se adaptar às intervenções.
Quais são as formas de tratamento?
Resposta: Por meio de adaptações pedagógicas com o auxílio de atendimento especializado e multidisciplinar.
Quais são as intervenções precoces?
Resposta: Por meio de atividades e jogos que estimulem a linguagem e a consciência fonológica.
Alunos com Dislexia veem as letras e as palavras ao contrário?
Resposta: Não, a Dislexia é uma condição que impacta a linguagem, não a visão da criança.
Existe alguma prevalência de Dislexia?
Resposta: Sim, de acordo com a Associação Internacional de Dislexia, estima-se que a condição afete 10% da população mundial. No Brasil, esta taxa fica em 4%.
Qual a prevalência dos Transtornos de Aprendizagem na infância?
Resposta: Segundo o DSM-V, o número de crianças com esses transtornos fica entre 5% e 15% em todo o mundo.
Dispersão e desatenção podem ser consideradas sinais de Dislexia?
Resposta: Sim, tais sintomas são vistos principalmente na fase escolar.
A Dislexia interfere na fala?
Resposta: Sim, principalmente no atraso do aprendizado da fala. Com as intervenções adequadas, a linguagem oral fica normalizada. Por isso a presença de um fonoaudiólogo é indispensável.
Como escolher a escola ideal para a criança com Dislexia?
Resposta: É preciso analisar de maneira criteriosa o plano pedagógico (estratégias) da instituição, assim como a disponibilidade dos profissionais diante do diagnóstico.
Que estratégias pedagógicas contribuem com o aluno?
Resposta: Uso de jogos, rimas e uma série de técnicas que podem ajudar a criança no processo de aprendizagem.
O que nunca deve ser feito a uma criança com Dislexia?
Resposta: Desmotivá-la a fazer o que ela deseja no contexto escolar e pedagógico, falar que não pode fazer algo por ter Dislexia. Em resumo: limitar suas possibilidades.
Referências:
DISLEXIA. Instituto ABCD, 2021.
O QUE é Dislexia? ABD, 2016.
OLIVEIRA, C.G; CAPELLINI, S.A. Desempenho motor de escolares com dislexia, transtornos e dificuldades de aprendizagem. Revista Psicopedagogia, v. 30, n. 92, São Paulo, 2013.
