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Olá, professores!

Um assunto muito recorrente no exercício de nossa função é o desenvolvimento dos alunos em sala de aula. Inevitavelmente, sempre passamos pelos tipos de dislexia como um tópico imprescindível ao debate proposto. Por que falar sobre isso é indispensável? Muitos de vocês devem saber a resposta, mas é sempre bom relembrar a importância de trazer essa conversa à luz das discussões da área.

O que é e como a dislexia pode impactar a vida da criança?

É preciso reiterar que a dislexia deve ser definida e tratada como um transtorno de aprendizagem, cujos impactos estão diretamente ligados às habilidades de leitura, escrita e soletração. Há teóricos, como Estill (2005), que classificam a dislexia como uma dificuldade relacionada aos processamentos da linguagem, sejam eles para reproduzir, reconhecer, identificar e ordenar tanto os sons quanto as formas das letras, de maneira que podem ser organizadas corretamente.

Outras pesquisas já trouxeram contribuições que evidenciavam o fato de que crianças diagnosticadas com a dislexia podiam ter consequências a curto e em longo prazo. Situações como baixa autoestima ainda na infância costumam ser frequentes (e também na vida adulta). Na adolescência, a evasão escolar e a desistência de seguir para a graduação são causadas pelo quadro de dislexia. Experiências emocionais e sociais também sofrem impactos. (CACERES & COVRE, 2018)

Quais os tipos de dislexia e suas principais características?

Os tipos de dislexia são classificados em três grupos. Cada um deles tem sintomas específicos. Vejam a seguir quais são eles:

– Dislexia Visual (também conhecida por Dislexia Diseidética, Visuoespacial ou Superficial): este tipo tem como aspecto característico a dificuldade do aluno em desempenhar a habilidade da leitura por conta de problemas de ordem visual. De acordo com classificação de Ellis e Boder citado por Barreto (2009), a criança lê através de um processo elaborado de “análise e síntese fonética”.

– Dislexia Auditiva (também conhecida por Dislexia Disfonética): neste caso, a criança tende a demonstrar problemas na percepção dos sons. Isso pode causar a dificuldade oral de palavras que não sejam comuns ao seu vocabulário usual.

– Dislexia Mista: a principal característica deste subtipo é a manifestação dos sinais típicos das classificações visual e auditiva. Além disso, ela é relacionada às disfunções em lóbulos pré-frontal, frontal, occiptal e temporal. (BARRETO, 2009)

Alguns sinais são perceptíveis?

Embora muitos diagnósticos sejam realizados tardiamente, é preciso saber que há alguns indicativos cujos sintomas podem ser observados ainda na infância, sobretudo na escola. Alguns deles são os seguintes: problemas para o reconhecimento de aliterações e rimas, letra feia, desempenho escolar aquém do esperado em matérias que utilizam linguagem, vocabulário pobre e deficitário, alterações de fala persistentes, grafia inadequada, confusão em conceitos de ontem/hoje/amanhã, problemas que envolvem coordenação motora fina e grossa, demora para aquisição da linguagem oral (este último na fase que antecede a alfabetização), entre outros sinais.

Os tipos de dislexia influenciam na intervenção?

Sim. É importante esclarecer qual a tipologia da dislexia que a criança apresenta para que o tratamento seja pontual aos problemas que serão observados pelos profissionais. As técnicas a serem utilizadas tendem a diminuir drasticamente os sintomas.

Recomenda-se que as intervenções contem sempre com a presença dos pais para que as dinâmicas surtam o efeito esperado. Essas ações terapêuticas geralmente são compostas por exercícios que têm estímulos visuais, auditivos e de memória.

Como os educadores devem proceder?

Os professores devem oferecer um ambiente completamente inclusivo ao aluno e estabelecer estratégias que facilitem a assimilação da criança diante dos conteúdos expostos em sala de aula e das possíveis dificuldades que serão expostas por ela. Para isso, pensar em ações estratégicas junto ao corpo pedagógico da instituição é a melhor solução, em conjunto com as terapias realizadas no consultório.

Fontes:

BARRETO, Monique Antunes de Souza Chelminski. Caracterizando e correlacionando dislexia do desenvolvimento e processamento auditivo. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 26, n. 79, 2009.

CARCERES, Patrícia Cristina Pinto; COVRE, Priscila. Impacto do diagnóstico precoce e tardio da dislexia – compreendendo esse transtorno. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 35, n. 108, set./dez. 2018.

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