Silvana da Silva Gois1
Lucio Mauro Rocker dos Santos2
Resumo: A discussão sobre transtornos de aprendizagem ganham cada vez mais espaço no cenário acadêmico, que busca investigar qual a extensão das dificuldades de aprendizagem pode se acometer a um estudante que sofra com tal problema. Em função disso, o presente artigo tem como objetivo fazer reflexões sobre a bipolaridade, um dos mais conhecidos dentre transtornos de aprendizagem tidos por alunos. De caráter teórico, esse trabalho toma como principal arcabouço teórico os estudos de Lara (2009), Brum, Zeni e Tramontina (2011), e Pinto e Zapata (2011). Conforme Lara (2009, p. 29) “o termo ‘bipolar’ expressa os dois polos de humor ou de estados afetivos que se alternam nesse transtorno: a depressão e o seu ‘oposto’, a hipomania ou a mania, (…) cujas manifestações são euforia, energia exagerada, grandiosidade, aceleração e uma sensação de prazer intenso ou um estado altamente irritável e agressivo”. Assim, o caminho metodológico percorrido nesse trabalho consiste em, num primeiro momento, levantar informações sobre o transtorno da bipolaridade, tais quais conceito e características e, em seguida, verificar suas possíveis implicações para a educação.
Palavras-chave: Educação especial; Transtorno de aprendizagem; Bipolaridade.
Abstract: a discussion of learning disorders are becoming ever more space in the academic setting, which seeks to investigate the extent of learning disabilities can affect a student who suffer from such a problem. As a result, this article aims to make reflections on bipolar disorder, one of the best known of the difficulties taken by students. Theoretical character, this work takes as its main theoretical framework Lara’s studies (2009), Brum, Zeni and Tramontina (2011), and Pinto and Zapata (2011). As Lara (2009, p. 29) “the ‘bipolar’ term expresses the two poles of mood or affective states that alternate in this disorder: depression and its ‘opposite’, hypomania or mania, (… ) which manifestations are euphoria, exaggerated power, grandeur, acceleration and a feeling of intense pleasure or a highly irritable and aggressive state “. Thus, the methodological way in which we go through in this work is, at first, to gather information about the disorder of bipolarity, which such concept and characteristics and then verify its possible implications for education.
Keywords: Special education; Learning disorder; Bipolarity.

1 Acadêmica do curso de pós graduação pelo Instituto Rhema Educação. 2 Docente orientador

 

 
Introdução
O desempenho escolar de crianças e adolescentes é uma preocupação presente na vida de pais e professores. Toda comunidade escolar tem interesse no bom desenvolvimento dos estudantes, que integrarão à sociedade de modo mais autônomo quando chegar à fase adulta. Por isso, o período de vivência escolar é um importante momento de desenvolvimento de qualquer ser humano.
Em função disso, fatores que possam comprometer essa fase de aprendizagem dos alunos ganham espaço acadêmico como temas de debate, uma vez que transtornos, como, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), dislexia, discalculia, entre outros, quando identificados, requerem estratégias educacionais específicas para suprir as necessidades de alunos com tais dificuldades.
A bipolaridade também se enquadra em um desses transtornos e crianças que a possuem tendem a apresentar problemas de aprendizagem. Conforme Brum, Zeni e Tramontina (2011), a bipolaridade pode não ser, sozinha, responsável pelas dificuldades de aprendizagem de um estudante, pois pode estar atrelada a outros aspectos tanto de cunho psiquiátrico, como social.
No entanto, o desenvolvimento escolar está relacionado à autoestima e, por isso, independente da natureza das dificuldades de aprendizagem, é preciso pensar em formas de intervenção.
Assim, este trabalho se justifica pela necessidade de divulgar informações relacionadas à bipolaridade, como, definição e características, de forma que professores e demais profissionais da educação tenham a possibilidade de pensar sobre a sua atuação pedagógica.
Desse modo, os objetivos desse trabalho é refletir sobre o transtorno da bipolaridade para a educação, bem como de apresentar o conceito de bipolaridade e as suas características.
O método de pesquisa se constitui de revisão bibliográfica e a organização metodológica desse trabalho consiste em apresentar, num primeiro momento, o conceito de bipolaridade e suas características e, posteriormente, fazer reflexões sobre a sua influência no meio educacional.
1. Bipolaridade: conceito e características
1.1 O conceito e os tipos de bipolaridade
A bipolaridade é um transtorno comportamental em que a pessoa que a possui, sofre alternâncias de humor, estes ora de depressão, ora de euforia ou agressividade.
O termo ‘bipolar’ expressa os dois polos de humor ou de estados afetivos que se alternam nesse transtorno: a depressão e o seu ‘oposto’, a hipomania ou a mania, dependendo da gravidade, cujas manifestações são euforia, energia exagerada, grandiosidade, aceleração e uma sensação de prazer intenso ou um estado altamente irritável e agressivo (LARA, 2009, p. 29)
Conforme pode ser observado, a partir das palavras de Lara (2009), a bipolaridade se constrói em torno de dois polos: o da depressão e o do seu “oposto”. O “oposto” do polo depressivo, de acordo com o autor, é um estado de agitação, que pode corresponder a um momento de euforia ou, ainda, agressividade. Esse estado de agitação possui níveis que são chamados de mania e hipomania[1].
Por sua vez, Pinto e Zapata (2011), ao citarem Moreno, Cordás e Moreno (1998), apontam que o transtorno bipolar se caracteriza pela alternância de humor, com intervalos de normalidade. Segundo as autoras, no período de euforia, o paciente fica com aumento de energia de forma desproporcional, humor exaltado, o indivíduo se irrita facilmente e ocorre uma diminuição no sono. Em contrapartida, no estágio de depressivo, a pessoa sente angústia, perda de prazer, ansiedade, tristeza intensa e prolongada. Essas alterações se refletem tanto no comportamento, quanto na saúde física e raciocínio do indivíduo.
Lara (2009) continua a discussão sobre a abrangência do termo “bipolar”, afirmando que a palavra em si não compreende o leque de situações existentes pelas quais pacientes que possuam esse transtorno comportamental podem passar.
[…] o termo “bipolar” não representa bem a amplitude das situações reais. Em primeiro lugar, a ideia de que só existem dois polos de humor não é verdadeira, ou seja, o humor não varia apenas entre tristeza/depressão e alegria/euforia. Uma pessoa pode estar ansiosa, irritável, agitada ou entediada, por exemplo. Outro parâmetro importante está na velocidade: o humor pode ser acelerado/hiperativo ou lentificado/apático. Nos episódios mistos, o paciente pode estar mal, mas talvez não seja possível enquadrar os sintomas somente no polo positivo da mania/hipomania ou no polo depressivo, por haver uma mistura de sintomas dos dois polos (por exemplo, alguém sem energia e com o pensamento rápido, que não consegue desligar) ou uma rápida alternância entre estados mais agitados e eufóricos e outros mais apáticos deprimidos. Apesar de um pouco vaga, para mim a palavra que melhor descreve esse estado misto de humor é turbulência. (LARA, 2009, p. 31-32)
Desse modo, a partir da citação acima, pode-se entender que o transtorno da bipolaridade é um fenômeno complexo e, por isso, pensar que o leque de comportamentos se construa em torno de dois polos dificulta a identificação de pessoas portadoras da doença.
Em função dessa complexidade, Lara (2009) apresenta um quadro, inspirado na proposta de Akiskal e Pinto (1999), em que o autor classifica o espectro bipolar em quatro tipos. Além deles, existe outro conjunto de caracterizações que são classificadas como a ciclotimia.
De acordo com Lara (2009), o tipo I é a categoria mais forte de bipolaridade e que requer mais atenção por parte dos pacientes, pois pode prejudicar o curso da vida do indivíduo, uma vez que a amplitude de variação de humor é mais alta entre períodos de mania plena e depressão grave. Além disso, é comum que o paciente apresente sintomas psicóticos, como delírios e alucinações. Em geral, o transtorno tem início na faixa etária de 15 a 30 anos, no entanto, existem casos em que o início é mais tardio.
O tipo II, em conformidade com Lara (2009), possui uma fase maníaca, ou seja, de euforia, mais branda e de duração mais curta. Nesses casos, esse período é denominado hipomania. Em contrapartida, as depressões podem ser profundas. Assim como a tipologia anterior, ela também pode ter início na adolescência com alternância de humor. No entanto, é comum que pacientes demonstrem o lado depressivo por volta dos 40 anos de idade.
Em relação à tipologia III, o autor aponta que a fase maníaca ou hipomaníaca é induzida por antidepressivos. Em outras palavras, a pessoa possui o espectro bipolar, no entanto, o polo positivo só é descoberto em virtude do uso desses medicamentos. Eles devem ser tratados como bipolares, pois mesmo com a retirada do antidepressivo tendem a voltar a apresentar estágios de hipomania.
No que concerne ao tipo IV, o paciente não possui estágios de mania ou hiponia, no entanto, possui um histórico de humor mais vibrante. A fase depressiva acontece em torno dos 50 anos e, às vezes, é de característica mista.
Por fim, ainda dentro do espectro bipolar, existe a ciclotimia, semelhante à bipolaridade, porém mais leve. Ela é caracterizada por uma alternância de humor mais frequente. Além disso, não há manifestação de mania extrema ou de depressão grave.  Nas palavras de Lara (2009, p. 34), “o padrão oscilatório do humor é marcante, mas não chega aos extremos de mania ou depressão, podendo se manifestar mais tarde de forma mista e ansiosa”.
Dotados das informações acerca do conceito e os tipos de bipolaridade existentes, faz-se, no próximo tópico, o levantamento de algumas características pertencentes às pessoas que são diagnosticadas com esse transtorno de humor.
1.2 Estilo bipolar
De acordo com Brum, Zeni e Tramontina (2011) ainda não existe testes laboratoriais ou cerebrais que sejam capazes de diagnosticar o transtorno bipolar. Conforme Pinto e Zapata (2011) os diagnósticos são baseados em sintomas e sinais aparentes, obtidos a partir de uma avaliação clínica com um profissional de saúde mental. Os elementos analisados, segundo as autoras, são o temperamento e o estilo de vida; histórico familiar e hereditariedade; comportamento e fatores relacionados ao ambiente, como, abuso ou traumas de infância e impactos recentes como a perda de um ente querido.
Em função da dificuldade e complexidade de se obter um diagnóstico, é pertinente que sejam trazidas algumas características em relação ao estilo de vida de pessoas que podem ter o transtorno bipolar.
Segundo Lara (2009) indivíduos com bipolaridade possuem estilos de vida que foge um tanto ao habitual. Dentre as principais características, elas podem ser qualificadas como pessoas praticantes de atividades mais enérgicas, adeptas de estilo de vida alternativo e são mais autônomas a ponto de rejeitar figuras em posição hierarquicamente superior. Nas palavras do autor:
[…] não é de surpreender que pessoas do espectro bipolar não passem despercebidas. Alguns estilos marcantes ou que saem ao menos um pouco do habitual frequentemente estão presentes. É comum que a atividade principal ou o hobby favorito dessas pessoas combine com sua alta intensidade ou velocidade interna: esportes radicais (muita adrenalina!) ou lutas, teatro, artes dinâmicas, política, publicidade, trabalhos criativos, viagens, curiosidade por coisas, lugares ou pessoas novas, atividades diferentes ou incomuns e até estilos de vida alternativos ou místicos – hippies, vegetarianos, espíritas, budistas, amantes da natureza. Grandes amantes da liberdade e da independência, adaptam-se melhor em ambientes mais soltos e em profissões nas quais não há um chefe muito presente, de preferência nas quais não há chefe. Com frequência, o estilo bipolar se adapta a cargos de chefia e liderança, a profissões liberais, às artes e aos esportes. Quando há superiores, não é incomum os bipolares desafiarem ou desrespeitarem a autoridade. (LARA, 2009, p. 39)
Assim, conforme observado no texto supracitado, é possível notar alguns traços que compõem o estilo de pessoas com bipolaridade. Ainda conforme Lara (2009), profissões que exigem mais exposição pessoal, criatividade, agressividade, inovação são aquelas que melhor se adequam a quem possui esse transtorno.
Outra característica encontrada em pessoas com o transtorno bipolar é a capacidade de se envolverem em várias atividades simultaneamente. Isso acontece porque elas precisam suprir as necessidades de estar sempre em ação. Por isso, é comum que depois de algum tempo elas fiquem entediadas com o que fazem, caso não haja novos desafios (LARA, 2009).
Ademais, segundo o autor, para alguns indivíduos com bipolaridade o dia começa pela tarde, adentrando pela madrugada e, assim, a manhã sendo dedicada ao sono. Em fase maníaca, podem ficar dias seguidos descansando por meio de cochilos, enquanto que na fase depressiva, existe um sono em excesso.
Além disso, eles sentem dificuldades para seguir esquemas ou atividades rotineiras. Desse modo, em sistemas rígidos como no trabalho ou na escola se destacam em atividades mais soltas e dinâmicas. Desse modo, pode acontecer de terem, por exemplo, rendimento escolar abaixo da capacidade intelectual que possuem (LARA, 2009).
Por fim, destacamos mais uma característica de pessoas com o transtorno bipolar que consiste na habilidade de serem mais eficazes em conquistar resultados do que preservá-los. Essa característica vale tanto para relações interpessoais, como fazer uma nova amizade, quanto para objetivos e metas. Isso se deve à característica de estar sempre em busca de coisas novas e não ter tanto apreço por manter atividades estabilizadas.
A partir do conceito e das características apresentadas num primeiro momento desse trabalho, faz-se no próximo item reflexões acerca desse transtorno bipolar para o campo educacional.
2. Bipolaridade e a educação: reflexões sobre o assunto
Nesse tópico do trabalho, faz-se uma reflexão acerca das implicações do transtorno da bipolaridade para a educação. É importante que se ressalte, conforme apontam Maher e Cavalcanti (2009, p.7), que a escola é um “microcosmo da sociedade”, ou seja, nela estão envolvidas pessoas com diferenças étnicas, linguísticas, social, entre outras.
Estudantes com transtornos de aprendizagem, como a bipolaridade, caracterizam-se como diferentes em função de possuir um fator comportamental que dificultam o seu aprendizado.
Conforme exposto anteriormente, o diagnóstico do transtorno da bipolaridade é difícil. Realizá-lo em crianças e adolescentes se torna um desafio ainda maior, isso porque algumas das características do estilo bipolar, anteriormente citadas, podem ser confundidas com uma comum inquietação, birra, implicância, rebeldia, entre outros aspectos.
Nesse aspecto, Pinto e Zapata (2011), ao citarem o National Institute of Mental Health (2008), afirmam que o professor precisa estar atento, pois os sintomas da bipolaridade se fazem presentes em meio escolar através de comportamentos diferenciados, como, choros inexplicáveis, isolamento social, faltas à escola, entre outros. Nas palavras das autoras:
Os sintomas acima mencionados, nas crianças e adolescentes, se fazem sentir no ambiente escolar através de comportamentos diferentes como: choros e reclamações inexplicáveis, intenções e esforços para fugir de casa ou da escola, comunicação deficiente, isolamento social, extrema sensibilidade à rejeição ou fracasso ocasionando faltas constantes às aulas e baixo desempenho escolar. Tais atitudes incomuns geram mudanças repentinas de humor e energia e interferem sensivelmente no relacionamento normal e saudável da criança com seus pares. (PINTO; ZAPATA, 2011, p. 182)
Conforme é possível observar na citação acima, existem alguns indícios que podem revelar aos professores de que a criança possui algum tipo de transtorno comportamental. Desse modo, ainda segundo as autoras, é importante que os professores conheçam os possíveis transtornos e trate o seu aluno como alguém que precisa de ajuda. Nesse aspecto, Pinto e Zapata (2011) apontam que uma forma de intervenção é a participação dos profissionais da educação, mesmo aqueles que não possuem frequentemente contato direto com os alunos, de cursos de capacitação em saúde mental.
As autoras chamam a atenção, também, para o fato de que a criança no período escolar está em constante evolução. É nesse contexto que ela constrói a sua identidade. Com a desinformação acerca do transtorno comportamental, ela cresce acreditando que não é capaz de realizar suas atividades de maneira eficaz. Nesse aspecto, é necessário que o professor saiba detectar sinais de que o aluno precisa de ajuda e, quando isso acontecer, despir-se da crença corrente no senso comum, que trata com preconceito esses alunos (PINTO; ZAPATA, 2011).
Brum, Zeni e Tramontina (2011) colaboram com a discussão acerca das implicações que o transtorno bipolar incide sobre o desempenho escolar da criança, afirmando que de forma geral, a bipolaridade provoca uma desorganização do desenvolvimento emocional e cognitivo do aluno.
Segundo as autoras, em períodos de mania, a mente da criança opera muito rápida e ela se vê imersa em muitos pensamentos. Quando isso acontece, a criança se torna incapaz de expressar-se com clareza, foge ao que lhe é pedido e não consegue organizar uma sequência lógica de raciocínio.
Ainda conforme Brum, Zeni e Tramontina (2011), há períodos mais apáticos em que o raciocínio do aluno é mais lento e, consequentemente, ele comete falhas de compreensão de atividades propostas.
Nesse sentido, o que pode ser afirmado é que ambos os estudos de Pinto e Zapata (2011) e Brum, Zeni e Tramontina (2011) concordam que o transtorno bipolar causa danos ao desenvolvimento da criança tanto cognitivo quanto emocional. Além desses aspectos, as autoras concordam que ela sofre prejuízos para o seu desenvolvimento social.
A escola deve atuar com a preocupação de dar respaldo para que esse estudante não sofra com preconceitos impostos pela sociedade e tenha a sua formação cidadã prejudicada. Conforme Tiradentes et. al. (2009, p. 128), “[…] principalmente dentro da escola, onde as teorias e práticas de saúde deveriam estar a serviço da emancipação, do bem-estar e da felicidade de todas as pessoas”.
A partir dessas reflexões, expressam-se no próximo item as considerações finais cujo intuito é sintetizar as discussões propostas ao longo desse trabalho.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo, cujos objetivos é fazer reflexões sobre o transtorno da bipolaridade para a educação, bem como de apresentar o conceito de bipolaridade e as suas características, está dividido em dois tópicos: o primeiro abordou aspectos relacionados à bipolaridade, trazendo o conceito, as tipologias e as possíveis características presentes em pessoas diagnosticadas com o transtorno; além disso, no item seguinte, discutiram-se fatores relacionados à educação.
Por meio da voz de Lara (2009), percebeu-se que o termo “bipolar” não abrange todo o leque de situações possíveis para quem possui bipolaridade. Ademais, conforme o autor, existem quatro tipologias de bipolaridade, classificadas em tipos I, II, III e IV, respectivamente na ordem do mais grave para o menos problemático. Ainda dentro do espectro bipolar, há a ciclotimia, que compreende uma alternância de humor, mas de forma mais branda.
As pessoas com bipolaridade costumam ser mais autônomas e tendem a buscar novos desafios constantemente. Além disso, costumam ter dificuldades com atividades rotineiras e se destacam em ações mais dinâmicas.
O diagnóstico da bipolaridade é feito por análise clínica, pautada, entre outros aspectos, no comportamento do paciente. Por isso, o seu diagnóstico é difícil. Diante dessas informações, a escola precisa estar preparada para lidar com alunos que possivelmente possuam o transtorno da bipolaridade.
Os trabalhos de Pinto e Zapata (2011) e Brum, Zeni e Tramontina (2011) concordam em afirmar que o transtorno bipolar causa danos emocionais e cognitivos para o estudante. Além disso, há um prejuízo social que o aluno sofre que a escola pode buscar evitar. Para tanto, as autoras sugerem que cursos de capacitação em saúde mental sejam proporcionados aos profissionais da educação e que, assim, a criança que tenha uma necessidade especial de aprendizagem seja vista como alguém que precisa de ajuda e não como alguém que deve ser depreciada e isolada socialmente, vítima de preconceito.
Em suma, esses são os apontamentos que foram levantados a partir da revisão bibliográfica estudada e as discussões traçadas têm o intuito de levar informação acerca da temática do transtorno comportamental da bipolaridade.
REFERÊNCIAS
AKISKAL, Hagop Souren; PINTO, Olavo. The envolving bipolar spectrum: prototypes I, II, III, and IV. Psychiatr Clin North Am. V. 22. N. 3, 1999, p. 517-534.
BRUM, Lanúzia Almeida; ZENI, Cristian Patrick; TRAMONTINA, Silzá. Aprendizagem e transtorno bipolar: reflexões psicopedagógicas. Rev. Psicopedagogia. Vol. 28. N. 86, 2011, p. 194-200. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v28n86/10.pdf>. Acesso em: 02 Dez. 2015.
CAVALCANTI, Marilda do Couto; MAHER, Tereza Machado. Diferentes diferenças: desafios interculturais na sala de aula. Disponível em: <http://www.iel.unicamp.br/cefiel/imagens/cursos/23.pdf>. Acesso em: 02 Dez. 2015.
LARA, Diogo. Temperamento forte e bipolaridade: dominando os altos e baixos do humor. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
MORENO, Ricardo Alberto; CORDÁS, Táki Athanássios; MORENO, Doris Hupfeld. Manual informativo sobre o transtorno bipolar do humor. São Paulo: Lemos, 1998.
NATIONAL INSTITUTE OF MENTAL HEALTH. Transtorno bi-polar na criança e adolescente, 2008. Disponível em: <http://www.realmentalhealth.com/bipolar/children>. Acesso em: 02 Dez. 2015.
PINTO, Eliane Aparecida Toledo; ZAPATA, Luciane Maria Garcia. Transtorno bipolar e os reflexos na educação básica. Mimesis. V. 32. N. 2, 2011, p. 173-192. Disponível em: <http://www.usc.br/biblioteca/mimesis/mimesis_v32_n2_2011_art_05.pdf>. Acesso em: 02 Dez. 2015.
TIRADENTES, Cibele Pimenta et al. O conhecimento do Educador com rela-ção à saúde mental infantil no âmbito educacional. Revista de educação, linguagem e literatura da UEG-Inhumas. V.1, N. 1, 2009, p.122-131. Disponível em: <http://www.revista.ueg.br/index.php/revelli/article/download/2786/1773>. Acesso em: 02 Dez. 2015.

 



[1] Diferente do significado do termo “mania” utilizado no senso comum, o qual pode ser sinônimo das palavras “vício” ou “hábito”, na perspectiva dos estudos psiquiátricos, o vocábulo corresponde a um tipo de episódio do transtorno bipolar, este que em geral é caracterizado pela presença de um sentimento de euforia. Por sua vez, “hipomania” também se trata de um episódio de humor assim como o estado maníaco, no entanto, num nível mais moderado. Além disso, as pessoas nesse estado também podem demonstrar sentimentos de agressividade. Disponível em: <https://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/149117/Transtorno-bipolar-mania-hipomania-e-depress%C3%A3o-bipolar.htm>. Acesso em: 02 Dez. 2015.

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