Olá, professores!

Primeiramente, o que todos os pais e profissionais precisam delinear com assertividade é o conjunto de características entre a birra e o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). Afinal, ambas as situações podem ser notadas em momentos de discordâncias no cotidiano de crianças, porém as causas e os sintomas são diferentes.

Além disso, outro ponto que tende a acender uma luz de alerta na observação dos adultos é a frequência entre eles. No entanto, para que não reste mais nenhuma dúvida sobre as birras e o TOD, a melhor saída é conhecer quais os detalhes de cada um.

O que é birra?

Antes de tudo, ela é algo que todo pequeno pode manifestar. Aliás, a melhor definição para a birra é de que ela se trata de um comportamento imaturo e passageiro expressado pela criança.

Geralmente, o baixinho utiliza esse artifício como uma maneira de demonstrar que deseja determinada coisa. Com isso, uma vez impedida, ela chora, grita, bate a perninha, a mão, joga-se ao chão, puxa a roupa e faz tudo o que está ao seu alcance para chamar a atenção.

A birra começa logo nos primeiros anos e pode perdurar além dos 4,5 anos de idade. Dentro da sala de aula, por exemplo, é normal que o aluno se irrite diante da negativa da professora ao permitir que ela brinque com um objeto. Dentre as causas, a birra tende a ser motivada por:

– Impedimento;

– Contrariedade;

– Chamar a atenção;

– Quando não atendida;

– Quando tiram algo que desperta interesse;

– Outros.

O que fazer para lidar com a birra da criança?

Nesse sentido, a conversa é o melhor caminho para negociar. Ou seja, proponha uma atividade ou objeto que possa substituir o que motivou a situação da birra. Com isso, a criança pode parar gradativamente e aceitar a proposta.

No entanto, é preciso analisar com atenção o que a levou a se expressar daquela forma. Afinal, dificilmente ela vai trocar o objeto de desejo por algo sem muita importância de maneira rápida. Por isso a conversa e o uso de estratégias podem resolver esse impasse entre você e o pequeno.

Agora, quando os sinais de ‘explosão’ no comportamento da criança não entram totalmente na definição de birra, a situação tende a ficar mais séria. Nesse caso, há grandes chances de tais comportamentos serem estimulados por um quadro complexo envolvendo o TOD.

O que é TOD?

O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) faz parte de um comportamento disruptivo que surge na infância. Diferente da birra, o TOD apresenta o padrão global de desobediência como característica principal. Além disso, outros sinais evidentes é a constante iminência do desafio perante alguma autoridade.

Para especificar, a criança com TOD tende a testar os limites a todo o tempo. Inclusive, ela está sempre manifestando hostilidade, seja no contexto familiar ou escolar. A intensidade de tais sintomas faz com que esse conjunto seja encarado como traço de personalidade.

No contexto da sala de aula, a atuação de professores e auxiliares tende a ser mais exigida diante de tanta agitação. Com isso, os profissionais precisam se manter pacientes para não aumentar o clima de tensão, a agressividade do pequeno e a apreensão das demais crianças. Inclusive, durante as crises, os educadores podem ter a oportunidade de observarem os sinais mais evidentes e repassar aos pais.

As características mais notadas do TOD envolvem agressão verbal, oposição a regras, índole vingativa, ataque de fúria, tendência a culpar o outro pelas frustrações, perturbam as pessoas, ignora solicitações, entre outros. As causas do transtorno são dividas entre genéticas e ambientais, a saber:

Genéticas

– Hereditariedade;

– Perfil da família;

– Padrão de pais e outros parentes (primos).

Ambientais

– Desajustes no contexto familiar;

– Influências negativas;

– Divergência educacional;

– Perda de controle sobre a criança;

– Terceirização.

O que fazer para lidar com a criança com TOD?

Inicialmente, reiteramos que a paciência é o primeiro passo, pois permite que você tenha o controle da situação. Logo depois, algumas medidas podem ser tomadas a fim de tornar o ambiente menos tenso. Vejam a seguir:

– Previna a situação (previsibilidade);

– Proteger a criança/adolescente;

– Espere a crise passar;

– Lembre-se sempre de que você é o adulto da situação;

– Use técnicas comportamentais que sejam efetivas;

– Converse e fale sobre o comportamento;

– Valorize a criança/adolescente;

– Prevenção precoce.

Como o tratamento pode ajudar o pequeno?

Antecipadamente, o tratamento voltado para o TOD tem caráter multidisciplinar. Em outras palavras, profissionais de áreas distintas podem estar envolvidos no objetivo de controlar os sintomas expressados pela criança. Vale ressaltar que a Terapia Cognitivo-Comportamental é uma das abordagens mais utilizadas. Além do uso de medicamento devidamente receitado por médico.

Por fim, os adultos (na escola ou em casa) também usam um conjunto de ações que recebe o nome de ‘cesto de conduta’. Ele consiste em evidenciar os elementos necessários (Imposição do adulto – Resolução conjunta – Ignorar certas atitudes) para a condução assertiva de uma criança com TOD em todos os seus contextos.

Referência

QUAL o tratamento para o transtorno opositivo desafiador? USP, 2017.

SERRA-PINHEIRO, Maria Antônia et al. Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de
correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Revista
Brasileira de Psiquiatria, v. 26, n. 4, 2004.


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