transtorno opositivo desafiador

Olá, professores!

Antes de tudo, como vocês lidam com situações de mau comportamento em sala de aula? Enquanto para uma parte de educadores, tais características configuram uma simples birra, principalmente quando se trata de crianças mais novas; outros passam a considerar que essas atitudes são realmente provenientes de uma rebeldia.

De fato, ambas as possibilidades não estão descartadas, mas nesse grupo pode entrar um terceiro fator, que por sua vez se mostra mais sério e bem diferente dos dois aspectos anteriores: o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). Embora alguns dos sintomas existentes sejam parecidos com um quadro de desobediência comum, dessa que quase toda criança protagoniza, é importante que os profissionais da educação saibam diferenciá-los. Para isso, torna-se necessário saber sobre o que se trata o TOD.

O que é o Transtorno Opositivo Desafiador?

Primeiramente, o TOD pode ser definido como um transtorno disruptivo, cuja característica é um padrão global de desobediência, comportamento hostil e constante senso de desafio (SERRA-PINHEIRO et al 2004). No entanto, é preciso salientar que a criança desobediente, no contexto do TOD, demonstra de forma frequente esse perfil. Com isso, nota-se a diferença daquelas em que o lado desobediente só é notado em momentos bem específicos e não como traço da personalidade.

Assim sendo, na sala de aula, os alunos que vivem com TOD tendem a exigir mais dos educadores em função do comportamento, muitas vezes inadequado. Ou seja, essa situação pode prejudicar o rendimento dessas crianças, mas interferem também no trabalho dos profissionais. Por isso, a paciência e a observação são grandes aliadas. Afinal, ser paciente é necessário para não aumentar a tensão; e ser observador em relação aos sintomas pode ajudar a discernir o TOD de uma rebeldia momentânea, por exemplo.

Com efeito, os aspectos sintomáticos tendem a auxiliar os profissionais a comunicar à escola e, consequentemente, aos pais sobre a real situação. Portanto, conhecer os sintomas do TOD é muito importante, uma vez que a criança pode viver com o transtorno, além de outras condições, configurando em comorbidades.

Quais são os sintomas do Transtorno Opositivo Desafiador?

De acordo com Serra-Pinheiro et al (2004), dentre os principais sintomas notados no TOD, destaca-se as situações em que os alunos discutem de maneira excessiva com os adultos. Além disso, eles não aceitam nenhuma responsabilidade por sua má conduta.

Outro ponto é o fato dessas crianças incomodarem de maneira deliberada as demais pessoas; ter uma grande dificuldade em obedecer a regras e demonstrar tendência a perder o controle diante de alguma condição que saia do que fora esperado.

Aliás, um dos sintomas presentes no TOD é a facilidade que o pequeno tem de atribuir seus erros a terceiros. Ou seja, ele atribui suas frustrações e momentos ruins a outras pessoas. Por fim, a irritabilidade excessiva também é uma marca bastante conhecida daqueles que convivem com uma criança com TOD.

Quais são as comorbidades do Transtorno Opositivo Desafiador?

Segundo estudos, o TOD tem uma possível relação com outros transtornos, tais quais os de conduta (TC), déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o bipolar (TB). No caso do TC, o pequeno tende a demonstrar o lado mais complexo da situação, uma vez que há relatos de pessoas cujo comportamento violento é uma das características mais marcantes. No entanto, um subgrupo considerável pode não evoluir dessa forma.

Por outro lado, quando associado ao TDAH – o que corresponde a 50% dos casos – o perfil não se configura como o mais difícil de lidar, embora também exija atenção e intervenções necessárias por parte de especialistas. Diferentemente, o TOD em comorbidade com o TB corresponde ao aspecto desafiador de oposição.

Como é o tratamento?

As intervenções são geralmente uma combinação de psicoterapia e medicamentos. Para tanto, é necessário salientar que os especialistas seguem alguns critérios que possibilitam um direcionamento das crianças ao tratamento adequado. Assim sendo, aspectos como idade, gravidade dos sintomas, a capacidade do paciente e até o engajamento dos familiares dos pequenos são fundamentais para facilitar o trabalho dos profissionais.

Referências:

QUAL o tratamento para o transtorno opositivo desafiador? USP, 2017.

SERRA-PINHEIRO, Maria Antônia et al. Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidades, tratamento e prognóstico. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 26, n. 4, 2004.

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