O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição caracterizada por grupos sintomáticos cujas intervenções vão depender muito da maneira que o TDAH vai se manifestar na vida da criança. A desatenção, a hiperatividade e a impulsividade são as características frequentes. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V), o TDAH é definido como um padrão persistente desses três aspectos.

O TDAH é dividido nos três subtipos citados; além disso, existe aquele que os médicos chamam de subtipo combinado (quando a criança pode alternar entre o desatento e o impulsivo). A criança tende a demonstrar alguma dificuldade no comportamento em casa, na vida social e principalmente na sala de aula. 

Para lidar com essa situação, é aconselhável que vocês, educadores, coloquem em prática determinadas técnicas que tendem a contribuir para o desenvolvimento do aluno com TDAH. Dentre elas, está a terapia cognitivo-comportamental. 

Para que serve a terapia cognitivo-comportamental?

Ela envolve treinamentos autoinstrucionais que podem ser dados em grupo ou de forma direcionada a um indivíduo. A terapia serve para ajudar a criança com TDAH a desenvolver habilidades importantes para a sua vida, como o comportamento, a interação social e o pensamento. 

Além desses benefícios, a terapia cognitivo-comportamental também auxilia na aproximação de atitudes mais sistemáticas na execução de tarefas diárias e na resolução de problemas, como a melhora no quadro funcional escolar. 

Quadros de depressão e ansiedade podem ser trabalhados através da terapia cognitivo-comportamental? 

O TDAH é responsável pelo surgimento de depressão e ansiedade ainda na infância. Nesse caso, a terapia cognitivo-comportamental é uma aliada imprescindível no que diz respeito à diminuição desses quadros. Esta terapia é ideal para lidar com tal situação. 

Com isso, é válido lembrar que a terapia cognitivo-comportamental surge como alternativa completamente eficaz no tratamento da depressão e da ansiedade. Tanto quanto a medicação. Análises de custo-efetividade tendem a apontar que a terapia seja tão efetiva, em um curto espaço de tempo, como a terapêutica farmacológica para a depressão, ansiedade generalizada e outras perturbações mentais (fobias e stress pós-traumático).

Como a terapia cognitivo-comportamental pode mostrar efetividade em sala de aula?

Antes de mostrar o aspecto prático que pode ser utilizado no ambiente escolar, vocês devem saber quais são as quatro etapas dentro da terapia cognitivo-comportamental. Um estudo realizado por Doyle em 2006, citado por Machado et al. (2009), diz que tais etapas são as seguintes: psicoeducação, avaliação das comorbidades, a psicoterapia em si e intervenções no ambiente

Explica-se que durante a psicoeducação o paciente recebe informações sobre o TDAH. Ela permite que os pacientes tomem conhecimento de seus sintomas e ainda consigam interpretar os danos que estes podem causar, além de obter novas estratégias para o manejo destes. 

Já no caso da psicoterapia é importante que sejam identificadas as crenças centrais que a criança tem sobre sua condição. Um detalhe é que muitas delas podem estar ligadas ao desconhecimento sobre a doença, como aquelas que se consideram incapazes ou inúteis, por exemplo. O trabalho realizado procura fazer com que os pacientes aprendam a questionar suas próprias crenças e a adotar uma nova visão de si mesmos. 

Na parte que trata sobre as intervenções no ambiente, o papel dos professores é primordial, uma vez que as estratégias escolhidas podem gerar o efeito desejado em sala de aula. Esta etapa consiste em estabelecer uma série de técnicas que auxiliem a criança, tal como: anotações, cronogramas, lista de lembretes, quadro de avisos; além disso, escolher um local mais silencioso para a criança com TDAH estudar. Tal iniciativa pode ser adotada por vocês no ambiente escolar como forma de potencializar o desenvolvimento do aluno. 

Fontes:

CARVALHO, Sílvia. Psicoterapia e Medicina Geral e Familiar – o potencial da terapia cognitivo comportamental. Revista portuguesa de medicina geral e familiar, Lisboa, v. 30, n. 6, dez. 2014.

COGNITIVE behavioural therapy. ADHD Therapy. Disponível em: https://adhd-institute.com/disease-management/non-pharmacological-therapy/cognitive-behavioural-therapy-cbt/. Acesso em: 24 mar. 2020. 

MESQUITA, Cíntia Machado et al. Terapia cognitivo-comportamental e o TDAH subtipo desatento: uma área inexplorada. Revista brasileira de terapias cognitivas, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, jun. 2009.

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