sinais-iconicos-e-arbitrarios
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O ensino voltado para os alunos surdos é um ponto que merece destaque. Além da preocupação com o conteúdo exposto em sala, outro detalhe é a forma que a mensagem vai chegar a essas crianças. A Língua de Sinais Brasileira (Libras) é um conjunto de signos e, portanto, uma comunicação utilizada pelas pessoas que se enquadram na deficiência. A presença de intérpretes durante as aulas é fundamental para que haja a tradução da língua portuguesa para a Libras.

Trabalhar com ela pode significar um desafio a parte para os educadores. No entanto, a participação desses profissionais que interpretam a mensagem aos alunos ameniza o obstáculo que poderia haver entre o ensino-aprendizagem e a compreensão do conteúdo.

O detalhe nesse processo está na forma que os professores vão explicar os chamados sinais icônicos e arbitrários para as crianças surdas. Eles são característicos da Libras (mas não exclusivos, uma vez que a linguagem oral-auditiva também lida com tais sinais).

Antes de começarmos, vamos entender um pouco sobre como o surdo aprende:

Como trabalhar com esses sinais em sala de aula?

Importante ressaltar que a utilização de determinadas práticas sociais facilita muito a interação entre professores e alunos em relação ao aprendizado da turma como um todo. Assim, no caso das crianças com deficiência auditiva, a atuação do intérprete marca as peculiaridades que estão incluídas nesse processo. Isso significa que a escola deve contar com uma estrutura que possibilite o aproveitamento do aluno que necessita do acompanhamento do intérprete durante as aulas, a realização de atividades e provas.

O trabalho com os sinais icônicos e arbitrários deve ser feito em conjunto com os educadores a fim de que haja uma cooperação entre ambas as partes para o aproveitamento da criança. Contudo, com as particularidades identificadas na Libras, é aconselhável que os professores trabalhem dando enfoque na questão do significado e significante. Eis aí o papel fundamental do intérprete para facilitar a comunicação e a aprendizagem do conteúdo.

O que são sinais icônicos e arbitrários?

Pode-se dizer que os sinais icônicos se configuram como uma categoria baseada na plasticidade, consistindo na capacidade de um signo poder representar de maneira pictórica ou figurativa o objeto tomado como referência. Por outro lado, existem os sinais arbitrários, cuja particularidade está no fato de não manter nenhuma relação com seu referente ou nenhuma semelhança com o dado da realidade que esses sinais representam. (ANDERSON, 2010 apud GODOI, 2016).

Há muitos estudos comprovando o papel dos sinais icônicos e arbitrários na Libras. Em um deles, fala-se que na iconicidade presente na Língua de Sinais Brasileira existe símbolos que fazem alusão à imagem da coisa ou aquilo que vai ser representado. Outras vezes, esse sinal alude ao significado do referente.

Um levantamento feito por Capovilla e Raphael (2005) afirma que a iconicidade de um símbolo “diz respeito ao grau em que seu significado é imediatamente aparente a um observador ingênuo e não familiarizado com esse sinal (…)”. Um detalhe relevante acerca da arbitrariedade é a convenção sob as quais as palavras estão submetidas. Ou seja, cada palavra é arbitrária porque é uma convenção reconhecida pelos falantes de uma determinada língua.

A produção de textos e a escrita de sinais em Libras

Em ambos os casos, os professores e o intérprete aproveitam a modalidade gestual-visual como meio de comunicação. A partir de então, eles utilizam a sintaxe espacial como elemento essencial no processo de interlocução voltada à produção de textos. Segundo estudos, a organização espacial presente na língua proporciona o estabelecimento de relações gramaticais. Entretanto, já a escrita de sinais (signwriting) pode ser definida como um sistema de escrita cujo desenvolvimento faz a utilização de símbolos visuais.

Fonte:

GODOI, Eliamar; LIMA, Marisa Dias; ANDRADE, Valdete A. Borges (org.). Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS: a formação continuada de professores. Uberlândia: EDUFU, 2016. (Série material didático, 3).

TEIXEIRA, Vanessa Gomes. A iconicidade e a arbitrariedade na Libras. Rio de Janeiro: UERJ, 2014.

SILVA, Keli Simões Xavier; OLIVEIRA, Ivone Martins de. O trabalho do intérprete de Libras na escola: um estudo de caso. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 41, n. 3, jul./set. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/edreal/v41n3/2175-6236-edreal-41-03-00695.pdf. Acesso em: 20 maio 2020.

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