A princípio, o processo responsável pelo desenvolvimento psicomotor é algo bastante complexo; e que necessita da análise de educadores, psicopedagogos e psicomotricistas. Afinal, todas as etapas que estão relacionadas à psicomotricidade são determinantes para o sucesso da criança. Com isso, conhecer quais são os pontos pertencentes a essa ciência é fundamental.

Inclusive, relembrar o que é a psicomotricidade nunca é demais. Portanto, podemos afirmar que a psicomotricidade é a ciência que aborda o homem através do movimento do corpo, contemplando aspectos afetivos, orgânicos e cognitivos. Em outras palavras, ela se baseia na junção de movimento, cognição e emoção tendo em vista um ponto de equilíbrio entre esses pilares.

Qual a relação entre a psicomotricidade e a aprendizagem?

Primeiramente, muitas pessoas vivem se perguntando qual a ponte de ligação existente entre esses dois aspectos. Para ficar mais claro basta mostrar o objetivo da psicomotricidade: promover a interligação da cognição, do movimento e da emoção para facilitar a abordagem global de uma criança, ou seja, a aprendizagem.

Exemplo: imagine uma criança na fase oral. Ela brinca com determinados objetos e de repente percebe que aquele brinquedo é maior que o outro, mais redondo e tem até material diferente. Nesse caso, a criança começa a ter (aprender) a percepção das diferenças existentes entre os objetos manuseados.

Aliás, quando o pequeno consegue perceber os pontos diferenciais relacionados aos objetos, ele passa a utilizar tanto a força motriz quanto a emoção por conseguir superar algum obstáculo. Tais descobertas fazem parte de seu processo de desenvolvimento e devem ser sempre estimulados para o seu progresso.

O que acontece se a criança não desenvolver a psicomotricidade?

Quando não há um desenvolvimento satisfatório da psicomotricidade, o pequeno pode manifestar algumas características (sinais de atraso de desenvolvimento) como as dificuldades com a coordenação motora fina e ampla, além de problemas para desempenhar a habilidade de interação social.

Qual o impacto disso na aprendizagem?

Inicialmente, os efeitos gerados na vida da criança são enormes e causam um verdadeiro choque no processo de desenvolvimento do pequeno. Com isso, na coordenação motora fina os reflexos podem ser percebidos na capacidade da criança em segurar um lápis, movimentar os olhos, colorir, recortar, manusear objetos, etc.

No aspecto social, os problemas de psicomotricidade significam uma provável dificuldade para a criança interagir com os demais colegas de sala. Além disso, as consequências presenciadas na coordenação motora ampla são os déficits no ato de se vestir, amarrar os cadarços, calçar os sapatos, problemas na noção de fileira e coluna (importante para o aprendizado e a prática na matemática).

Outras dificuldades podem ser elencadas, tais como: espelhamento ou inversão de letras e números; percepção da diferença entre o lado dominante e o outro lado; distinção entre direita e esquerda. Tudo isso deve e precisa ser trabalhado por meio de estímulos na educação infantil, por meio de atividades diárias.

Quais são os elementos básicos da psicomotricidade?

Antes de tudo, é preciso salientar que os pontos a serem listados a seguir são pontos fundamentais para que a criança tenha o desenvolvimento psicomotor satisfatório. Dessa forma, vejam abaixo que elementos são estes:

– Esquema corporal (elemento básico indispensável para a formação da personalidade);

– Imagem corporal (representação inconsciente que fazemos do nosso próprio corpo);

– Tônus (tensão fisiológica dos músculos que garante o equilíbrio, coordenação e postura);

– Lateralidade (capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se os dois lados do corpo);

– Coordenação global (ação simultânea de diferentes grupos musculares);

– Motricidade fina (realização de movimentos coordenados com pequenos grupos musculares);

– Organização espaço-temporal (capacidade de orientar-se no espaço e no tempo);

– Ritmo (ordenação constante e periódica de um ato motor);

– Equilíbrio (capacidade de se manter sobre uma base reduzida do corpo).

Existe média de idade para o desenvolvimento das capacidades psicomotoras?

De acordo com Piaget, o desenvolvimento motor é de extrema importância para a formação da criança. Portanto, conhecer todas essas fases relacionadas significa algo fundamental a todos os profissionais que atuam com psicomotricidade. Confiram abaixo:

– Tonicidade: 0 a 12 meses

– Equilíbrio: 12 meses aos 2 anos;

– Lateralização: 2 aos 3 anos;

– Noção do corpo: 3 aos 4 anos;

– Estruturação espaço-temporal: 4 aos 5 anos;

– Praxia global: 5 aos 6 anos;

– Praxia fina: 6 aos 7 anos.

Importante salientar que é fundamental respeitar cada uma dessas etapas a fim de proporcionar à criança as condições necessárias de desenvolvimento e aprendizagem. Para se ter ideia, é primordial conhecer quais são as fases adequadas à realização de determinada ação, por exemplo: segurar um copo com firmeza, aprender letras cursivas, entre outros.

Aprendendo com profundidade

Tudo isso que você acabou de ler é apenas um ponto perto de uma imensa gama de teorias e, principalmente, práticas trazidas por professores altamente capacitados e experientes. No curso de Pós-Graduação em Psicomotricidade, os alunos percebem o diferencial desde a primeira aula.

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