Para iniciar, qual a diferença entre as dificuldades de aprendizagem e os transtornos de aprendizagem? Por mais simples que pareçam, os detalhes que definem esses dois aspectos costumam confundir até mesmo aqueles profissionais com experiência.

Assim, o primeiro deles (dificuldade) está ligado aos aspectos naturais ou evolutivos; além disso, ele pode ser secundário a outros transtornos. Por outro lado, o segundo (transtorno) é associado a questões envolvidas com a leitura (dislexia), a matemática (discalculia) e a escrita (disortografia).

No entanto, o enfoque agora é explicar a vocês quais são os principais pontos que envolvem os transtornos de aprendizagem. Ou seja, situações que são vivenciadas pela criança no contexto do processo de alfabetização.

Dessa forma, o desenvolvimento de habilidades e competências pode encontrar algumas barreiras no que diz respeito ao aproveitamento do aluno, sobretudo na facilidade para ler, calcular, raciocinar e escrever. Portanto, saber como lidar com os transtornos de aprendizagem é algo necessário.

O que se sabe sobre o Transtornos de Aprendizagem?

Antes de tudo, o início do Transtorno de Aprendizagem está fortemente associado à maturação biológica do sistema nervoso central (SNC). Inclusive, o transtorno pode ter a sua presença notada desde os primeiros anos de vida, evidenciando um atraso no desenvolvimento da habilidade em questão.

O que se deve considerar na Avaliação Neurológica?

Quando um profissional avalia a situação de uma criança com Transtorno de Aprendizagem, alguns critérios precisam ser considerados para facilitar o diagnóstico. Com isso, a busca por intervenções adequadas tende a ser facilitada por meio de informações que ajudaram a nortear esse processo de investigação. Vejam quais são os principais pontos:

– O grau de comprometimento deve estar substancialmente abaixo do esperado para uma criança com a mesma idade, nível mental e escolarização;

– O transtorno deve estar presente desde os primeiros anos da escolaridade;

– A persistência do transtorno, mesmo quando a criança contar com atendimento específico e adequado (a intervenção é necessária, pois traz uma série de benefícios para a criança);

– Avaliação cognitiva (analisar se a criança também tem alguma deficiência);

– Existência de histórico de antecedentes familiares com dificuldades de aprendizagem;

– Ocorrência de modificações a partir de um ato motor perceptivo que, elaborado no córtex cerebral, dá origem à cognição;

– O aprendizado é um processo complexo, dinâmico que resulta em modificações estruturais e funcionais permanentes do sistema nervoso central;

– A classificação dos Transtornos de Aprendizagem pelos manuais não leva em consideração a base anatomopatológica da área cerebral envolvida no processo.

Quais são os tipos de Transtornos de Aprendizagem?

Antecipadamente, os tipos de Transtornos de Aprendizagem são três:

O Transtorno de Leitura (Dislexia), o Transtorno de Aprendizagem Escrita (Disortografia) e o Transtorno da Matemática (Discalculia). Nesse sentido, vejam alguns detalhes sobre eles nos tópicos abaixo.

O Transtorno de leitura (dislexia)

Ele é caracterizado pela dificuldade específica em compreender palavras escritas. Segundo o DSM-5, a dislexia é o termo alternativo utilizado em referência a um padrão de dificuldades de aprendizagem caracterizado por problemas como: déficit no reconhecimento preciso e fluente de palavras; déficit na decodificação, entre outros.

Assim sendo, é importante ressaltar que a dislexia também manifesta as alterações nos mecanismos de atenção, na linguagem, na noção do tempo e espaço, na memória e nas funções executivas. Nesse sentido, o acompanhamento do desenvolvimento da criança com dislexia é fundamental para o processo de ensino e aprendizagem.

Que estratégias devem ser usadas na dislexia?

Para driblar as dificuldades observadas no transtorno de leitura, algumas adaptações podem ser realizadas, tais como:

– Possibilitar ao aluno sentar perto do professor;

– Incentivar o aluno a realizar perguntas e participar das aulas;

– Certificar-se de que o aluno compreendeu o material escrito recebido;

– Valorizar o conteúdo e a forma escrita de seus trabalhos;

– Destacar os aspectos positivos do seu trabalho escolar;

– Reforçar seus progressos de acordo com suas capacidades e esforços; e não de acordo com o desempenho do grupo da sala.

Como se caracteriza o Transtorno de aprendizagem da escrita (disortografia)?

De forma resumida, a disortografia tem como característica principal a dificuldade ligada à ortografia ou à caligrafia. Dentro da sala de aula, os educadores têm a possibilidade de usar algumas estratégias interessantes.

O que fazer para lidar com a disortografia?

Aqui, os professores podem criar formas de facilitar a aprendizagem da criança diante a realização de tarefas e até mesmo durante a explicação de um novo módulo. Confiram abaixo:

– Permitir o uso de dicionários para correção de seus erros ortográficos;

– Aumentar o limite de tempo para execução de tarefas de sala de aula;

– Ensinar o aluno com dificuldades a realizar esquemas que sintetizem o conteúdo da explicação;

– Selecionar um parceiro de estudos para o aluno com dificuldades a fim de ajudar com tarefas com conteúdos mais difíceis.

E o Transtorno da Matemática (discalculia)?

Também conhecida como discalculia, ela não está relacionada à ausência de habilidades matemáticas básicas, como a contagem; e sim à forma com que a criança realiza as associações, a aquisição de conceitos matemáticos e atividades que exigem esse raciocínio. Inclusive, este transtorno afeta a capacidade de execução e não é originada por lesão ou outra causa orgânica.

A identificação da discalculia nem sempre é uma tarefa fácil, mas pode ser possibilitada pela observação de alguns detalhes como estes a seguir:

– Falta de compreensão intuitiva dos números (a criança não sabe qual número é maior ou menor que o outro);

– A criança tem dificuldade para estimar resultados;

– O aluno não consegue aprender tabuada de maneira plena; entre outras situações.

Qual a sugestão para se trabalhar com a Discalculia?

– Dar instruções claras e breves;

– Usar instruções verbais e escritas;

– Repetir e ressaltar os pontos-chave da tarefa;

– Verificar se a criança entendeu e se aprendeu a proposta;

– Respeitar o limite de trabalho

– Utilizar jogos interativos e de raciocínio como o dominó, tangram, batalha, número oculto.

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