Entrar em uma sala de aula é a garantia de que muitos desafios serão enfrentados. Cada aluno leva consigo uma vivência, uma visão de mundo, um medo, uma limitação, entre outros aspectos. No meio desse conjunto heterogêneo, existem crianças que podem conviver com síndromes e distúrbios cujo acompanhamento pedagógico dependa de estratégias para facilitar o ensino e a aprendizagem do pequeno. 

Quando a criança é diagnosticada com o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), vocês devem ter um roteiro com medidas que possibilitem a experiência de ambos os lados no contexto escolar. 

Qual o primeiro passo a ser dado?

Identificar a situação da criança com TDAH é fundamental. Esse reconhecimento é importante pelo fato de, muitas vezes, o aluno sob tal condição manifestar um comportamento marcado pela desatenção ou pela grande agitação. Estar ciente disso tende a contribuir ao máximo no momento da intervenção. 

Perceber a ocorrência de um sintoma ligado ao TDAH é o passo inicial de todo um processo de investigação, constatação e proposição do melhor tratamento que possa ser dado ao aluno. O trabalho é multidisciplinar e vocês professores têm um papel fundamental em tudo isso. Uma dica de como captar esses detalhes é reparar nos excessos de comportamentos que têm relação com o TDAH. 

Quais intervenções devem fazer parte do plano de aula para alunos com TDAH? 

A escolha de atividades e/ou estratégias deve ser pensada juntamente com a equipe de psicopedagogos da escola, assim como os demais terapeutas da criança e sua família. A importância de saber a escolha ideal para cada caso está no fato de que todo esse caminho tem o compromisso de melhorar consideravelmente o desempenho do aluno diante de algum comportamento que tenha os excessos da hiperatividade, da impulsividade e da desatenção; tão frequentes no TDAH. Vejam quais são as intervenções: 

  • Organização da sala e do currículo de forma que haja uma conciliação entre os diferentes estilos de aprendizagem; 
  • Diminuir tudo aquilo que pode favorecer a distração dos alunos; 
  • Criar contratos e regras sociais com a turma;
  • Criar códigos de comunicação que sejam personalizados (com o intuito de proporcionar ao aluno condições de aprendizado);
  • Dividir trabalhos em partes, principalmente aqueles mais extensos;
  • Solicitar, sempre que necessário, o apoio de monitores para aplicação de tarefas para o reforço pedagógico;
  • Criar situações que sejam responsáveis pelo controle da ansiedade, frustrações e possíveis expectativas; 
  • Usar a lousa para reforçar o que foi dito em sala de aula. Escrever ou desenhar são boas estratégias para fixação;
  • Criar listas que sirvam para a organização da agenda escolar. Dentro dessas anotações deve haver planos diários, lembretes, regras para serem seguidas, etc. 
  • Organizar reuniões periódicas com os pais e os demais membros da equipe pedagógica a fim de compartilhar informações sobre o cotidiano da criança na escola, dando enfoque ao desenvolvimento do aluno e/ou desafios que precisam ser trabalhados. 

Como as atividades/estratégias podem se basear em sala de aula?

A participação de toda equipe pedagógica com os demais terapeutas da criança é importante para traçar as categorias de atuação de cada tarefa. Elas são as seguintes: mediação, rotina, recursos pedagógicos e ambientes. 

Como o conhecimento acerca do TDAH pode contribuir para o papel do professor em sala de aula?

Quando vocês passam a ter o conhecimento sobre a situação do TDAH de um aluno, as barreiras em relação à criança são evitadas. Tudo isso porque sua atuação começa a ficar equilibrada entre todos os componentes da turma. Além disso, é importante que vocês saibam que a flexibilidade, a disponibilidade e a criatividade são elementos-chave nesse processo de ensino. 

Fontes: 

CARDOSO, Diana Maria Pereira. Atendimento educacional específico: o fazer pedagógico diante do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no contexto escolar. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 245-254. COSTA, Camila Rodrigues; MOREIRA, Jaqueline Costa Castilho; SEABRA JUNIOR, Manoel Osmar. Estratégias de ensino e recursos pedagógicos para o ensino de alunos com TDAH em aulas de educação física. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 21, n. 1, jan./mar. 2015.

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