A princípio, o processo educacional é bastante amplo, pois ele conta com uma série de articulações entre instituição, profissionais, alunos e sociedade. Dessa forma, o ato de educar também está ligado a estratégias diversificadas e que priorizam o aprendizado da criança.
O contexto da sala de aula é composto pelo aspecto variado. No entanto, um grupo de educadores constatou que o uso da teoria e a posterior utilização da prática nem sempre surtem os efeitos esperados. Portanto, algumas metodologias de ensino se sobressaem em relação a outras, principalmente no quesito desenvolvimento da criança. A aprendizagem baseada em problemas (Problem–based learning – PBL) é uma dessas técnicas.
O que é PBL?
Antes de tudo, a aprendizagem baseada em problemas é uma estratégia voltada para o ensino cuja recomendação está pautada na realização de atividades sob orientação adequada para a resolução de problemas reais, ou seja, do cotidiano. Em outras palavras, a criança assume o posto de protagonista a partir de situações propostas pelos educadores.
Inclusive, a PBL se baseia também na metodologia ativa – que prioriza a participação do aluno como principal agente do processo de ensino. Assim sendo, a origem dessa aprendizagem remonta à década de 1960, quando a área médica começou a divulgar essa forma de ensino.
Curiosamente, os pesquisadores observaram o seguinte caminho na educação infantil: teorias nos primeiros anos de formação e prática nas últimas etapas. Com efeito, a PBL tem o objetivo de criar uma associação entre os aspectos teóricos e práticos como uma forma de potencializar o aprendizado da criança. Tudo isso simultaneamente.
Em que o PBL se divide?
Assim, a aprendizagem baseada em problemas é divida em conceitos que ajudam a desvendar os seus pontos principais. A divisão fica da seguinte forma:
– O entendimento do problema se origina da interação das crianças;
– O conflito cognitivo deve existir, pois ele instiga o processo de aprendizagem;
– O conhecimento acontece por meio do reconhecimento e aceitação da interpretação de vários atores sobre o mesmo fenômeno.
Inclusive, importante ressaltar que a aprendizagem baseada em problemas estimula a realização de dinâmicas para auxiliar o desenvolvimento dos alunos, entre elas: trabalho em grupo, simulação de situações do cotidiano e a interação entre as crianças e os professores de forma colaborativa.
Como a aprendizagem baseada em problemas contribui na vida do aluno?
Inicialmente, a PBL reflete direta e indiretamente no percurso escolar e na futura trajetória profissional da criança. Afinal, essa metodologia impacta de maneira positiva no desenvolvimento do aluno, no sentido de impulsionar a participação do pequeno nas aulas, a realização de trabalho em equipe e o aumento da independência da criança com as tarefas propostas.
Dessa forma, algumas ações podem ser incentivadas tendo como foco o desempenho do aluno. Umas das principais dicas é a prática de atividades voltadas à interação social, autonomia, dinamismo, visão crítica, vivência em situações desafiadoras e que ajudem a aumentar o lado independente do pequeno.
Assim sendo, especialistas reforçam que o desempenho dos alunos melhorou drasticamente nessa metodologia em comparação com a educação mais voltada para o lado tradicional. Em outras palavras, a PBL instiga o aluno a lidar com os problemas e a propor soluções. Já o modelo tradicional transmite o conteúdo e estimula a memorização. Dessa maneira, a PBL demonstra como a autonomia da criança é importante.
Como aplicar a aprendizagem baseada em problemas em sala de aula?
Antecipadamente, essa metodologia procura criar estruturas de ensino a partir de situações que despertem na criança o interesse em participar. Para isso, é imprescindível que os educadores optem por atividades que sejam realizadas em grupo. Portanto, o trabalho em equipe é o ponto indispensável na aprendizagem baseada em problemas.
Consequentemente, os professores costumam propor projetos aos quais os alunos vão trabalhar habilidades e competências que priorizem o conhecimento. Aliás, vale reforçar que os educadores podem estimular algumas ações (aprendizado interativo, pesquisa, dedução lógica, aprendizado interativo e tentativa/erro) que auxiliem a criança a encontrar a resposta que ela e seu grupo necessitam.
Escolher projetos que seguem a linha da multidisciplinaridade é um aspecto de total importância para o sucesso da metodologia. Além disso, ela pode ser adicionada à proposta curricular regular da escola. Então, os professores têm o espaço para propor um trabalho em conjunto com a equipe de coordenação da escola para otimizar o plano.
Para se ter uma ideia, estudiosos recomendam que os educadores ofereçam essa metodologia em determinadas tarefas em sala de aula, mas cada um em sua disciplina. Logo depois, as soluções encontradas pelos alunos serão expostas em um mesmo evento a fim de que todos participem e desenvolvam suas habilidades.
Quais são os nove passos que auxiliam no planejamento das aulas?
Por fim, os professores podem se basear em 9 pontos importantes no ato de planejar as aulas/atividades. De acordo com pesquisas, esses aspectos são os seguintes:
– Preparação da aula, definição da aula, análise do problema, declaração do problema, pesquisa, geração de soluções, escolha da solução adequada, preparo e apresentação da solução e discussão dos resultados.
Referência
DUTRA, R. Como trabalhar com aprendizagem baseada em problemas? Tutor Mundi, julho, 2020
