Por acaso o estímulo de habilidades cognitivas na infância é um processo simples? Antecipadamente, a resposta é não. Afinal, tudo aquilo que se refere ao desenvolvimento psicopedagógico requer tempo e respeito pelas etapas. Dessa forma, o modo de proporcionar um desempenho satisfatório na cognição das crianças exige muita dedicação não só dos pequenos, mas dos professores e dos familiares.

Inicialmente, devemos ter em mente que a cognição não é algo fechado, ou seja, ela reúne um conjunto de habilidades mentais que são necessárias para o progresso de todos os indivíduos. Em outras palavras, a evolução do aspecto cognitivo de uma criança está totalmente ligada a uma série de estímulos diários.

Entretanto, vamos relembrar rapidamente a teoria de Jean Piaget sobre a cognição. De acordo com o psicólogo, e um dos maiores pensadores da educação no século XX, o processo de desenvolvimento do ser humano está dividido em quatro fases, a saber: estágio sensório-motor; estágio pré-operatório; estágio operatório concreto e estágio das operações formais.

Qual a relação da cognição com as etapas de desenvolvimento defendidas por Piaget?

Primeiramente, a tese defendida pelo estudioso direciona para as diferentes fases de progresso observadas na infância. Para começar, o estágio sensório-motor é caracterizado pela manifestação da inteligência prática da criança e seus reflexos.

Logo depois, o estágio pré-operatório pode ser marcado pela fase mais egocêntrica dos pequenos, muito influenciado pelo fato deles ainda não conhecerem ou se colocarem no lugar do outro. Em seguida, vem o estágio operatório concreto, cuja lógica é uma das marcas presentes. Inclusive, neste período a criança já está saindo da infância e entrando na adolescência; ela consegue sistematizar as informações.

Por fim, o estágio das operações formais é identificado por volta dos 12 anos e segue em diante até a fase adulta. Uma de suas principais características é o amadurecimento dos conceitos por meio da lógica, abstração, equilíbrio e a consolidação de um padrão intelectual. Aliás, a chegada de novas informações vai contribuir consideravelmente para o aumento de habilidades, competências, práticas e aspecto cultural.

Com isso, é possível analisar como a infância é um período de total importância para os estímulos de aspectos cognitivos. Principalmente, porque essa fase marca a transformação e o desenvolvimento das crianças em meio a descobertas, desafios e aprendizagem. Assim, a conquista de cada etapa simboliza o progresso necessário para o amadurecimento da cognição dos pequenos.

O que fazer para estimular as habilidades cognitivas durante a infância?

A princípio, escola e família são instituições indispensáveis nesse importante processo. Afinal, os estímulos devem fazer parte da vida das crianças de maneira constante. Dessa forma, professores e pais precisam saber que durante esses procedimentos, muitos aspectos serão trabalhados: processamento de informação, atenção, memória, inibição, entre outros.

Portanto, é essencial apostar em atividades e brincadeiras que contribuam com o desenvolvimento cognitivo dos pequenos. Com efeito, eles vão ter contato com novas competências e habilidades por meio da interação e da curiosidade.

Veja abaixo o que pode ser feito

– Atividades ao ar livre

Embora muitos pais prefiram proteger seus filhos em um momento tão complexo como o atual, a prática de brincadeiras ao ar livre é essencial. Seja no playground do prédio, no parquinho do bairro ou na área verde da cidade; a criança deve e precisa exercer alguma atividade fora do espaço doméstico. Afinal, isso estimula a socialização, mesmo com todas as medidas de distanciamento.

– Brincadeira de perguntas e respostas

Aqui, a intenção é incentivar o raciocínio e a concentração das crianças por meio de perguntas e respostas sobre situações corriqueiras. Por exemplo: o que acontece se você não regar a plantinha? Por que não posso sair para a rua sozinho? Dessa forma, usar o contexto em que ela vive pode estimular também a percepção (foco) pelo o que está ao redor.

– Leitura sempre

Sim, ler é importante e a prática deve vir desde a infância para que a criança sinta prazer em descobrir novas histórias e personagens. Com isso, a imaginação dos pequenos vai longe e estimula todos eles a buscar sempre mais. Além disso, com a leitura a criança pode aumentar vocabulários através de novas palavras e o desenvolvimento da linguagem.

– Descobrindo o alfabeto

Nada melhor que incentivar a linguagem dos pequenos pelas músicas. Com isso, eles também podem ter contato com o alfabeto. Assim, tanto em casa quanto na escola, as crianças aprendem brincando assistindo a vídeos ou escutando canções que despertem o interesse pelas palavras.

– Jogos e aplicativos tecnológicos

Por fim, a última dica é inevitável. Os recursos tecnológicos estão aí para serem usados e não devem ser cortados da vida dos pequenos. No entanto, moderação é importante. Dessa forma, a utilização de plataformas, jogos e aplicativos que estimulem o desenvolvimento das crianças é fundamental.

E se a criança ainda não puder ir à escola?

Diante desse cenário de distanciamento social, muitas escolas não voltaram a funcionar – ou muitos pais preferem manter seus filhos em casa por segurança. Nesse caso, a dica é proporcionar a eles todas as opções acima, mas de forma que cause interesse nos pequenos e estimule os aspectos cognitivos tão importantes para o seu desenvolvimento.

https://blog.rhemaeducacao.com.br/habilidades-e-competencias-cognitivas/

Referências

6 Dicas para estimular o desenvolvimento cognitivo infantil. Happy Code.

Saiba agora mesmo como desenvolver habilidades cognitivas nas crianças. Colégio Academia, 2020.

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