Olá, professores!

Primeiramente, as mudanças repentinas causadas pelo isolamento social, aulas remotas e outras alterações nos impactaram bastante. Afinal, os protocolos de segurança para conter o novo coronavírus precisaram ser adotados no último ano.

Com isso, as crianças tiveram de se habituar a formas diferentes de se relacionar e até estudar. Como consequência, o número de casos de transtornos relacionados à ansiedade pode ter aumentado nesse período.

Assim sendo, os pequenos precisaram passar por reformulações, além de dar novos significados aos desafios pedagógicos – educadores também foram obrigados a entender as novas ferramentas e técnicas.

No entanto, a ansiedade infantil já fazia parte da vida de, pelo menos, até 10% de crianças e adolescentes antes da pandemia. Ou seja, um problema antigo e que deve ser olhado com atenção. De acordo com Asbahr (2004), mais de 50% dos pequenos com ansiedade vão experimentar um episódio depressivo como parte de sua síndrome ansiosa.

O que está por trás da ansiedade infantil?  

Antes de tudo, os transtornos de ansiedade são considerados condições relacionadas ao neurodesenvolvimento, sendo que a contribuição genética exerce um grande impacto. Portanto, pais com incidência de algum transtorno ansioso ou depressão podem ser fatores de risco para a causa da ansiedade infantil.

No entanto, existem outras situações em que a criança tende a desenvolver o quadro em questão. Situações de briga familiar, cobrança excessiva por resultados inatingíveis, separação dos pais, relação com os irmãos, entre outras conjunturas impactam diretamente na concepção do pequeno.

Inclusive, crianças e adolescentes que se enquadram nesse grupo costumam apresentar os seguintes transtornos de ansiedade:

– Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS)

– Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

– Transtorno do Pânico (TP)

– Fobias Específicas (FE)

– Fobias Sociais (FS)

Além disso, é importante salientar que cada um deles (transtornos) guarda uma porcentagem direcionada. Em outras palavras, há um número específico de pacientes diagnosticados com TAS assim como um grupo vivendo com FS, por exemplo.

Quais são os sintomas apresentados no cotidiano?

De acordo levantamento da Fiocruz, os transtornos de ansiedade infantil refletem os seus sintomas em maior ou menor grau na vida das crianças. Nesse sentido, a frequência pode variar de acordo com o perfil. Vejam quais são os principais sinais:

– Medo e ansiedade em excesso;

– Nervosismo e tensão;

– Medo de animal, situação ou lugar;

– Preocupação e inadequação;

– Tendência a pensar que é rejeitado pelas pessoas;

– Choro em excesso;

– Fixação pela perfeição/grande cobrança;

– Tendência a se sentir desvalorizado ou inferior;

– Tendência a se sentir culpado;

– Medo de ir à escola.

Como tratar a ansiedade infantil?

A princípio, a primeira atitude a ser tomada é identificar qual ou em que transtorno o pequeno se enquadra. Afinal, as intervenções disponíveis devem ser adequadamente direcionadas às crianças.

– Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS)

O tratamento pode se basear na abordagem cognitivo-comportamental, uma vez que aspectos como o perfil da criança tendem a ser evidenciados. Por outro lado, quando o paciente demonstra sintomas mais graves, os remédios devem ser usados, mas sempre sob orientação médica.

– Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

Abordagem cognitivo-comportamental ou uso de medicamentos prescritos por profissionais de saúde.

– Transtorno do Pânico (TP)

Reestruturação cognitiva e técnicas de relaxamento orientadas por psicólogos. Além disso, tratamento medicamentoso.

– Fobias Específicas (FE)

Terapia comportamental com o uso de técnicas com base na exposição gradual ao estímulo, de acordo com uma lista hierárquica de situações ou objetos temidos (ASBAHR, 2004).

– Fobias Sociais (FS)

Tratamentos baseados em procedimentos cognitivo-comportamentais a fim de trabalhar questões como adequação da criança a um determinado meio; a forma adotada em situações de exposição, entre outras.

E no contexto escolar?

A melhor maneira é procurar ajuda de uma equipe multidisciplinar. Com isso, o objetivo é reunir esforços para uma experiência satisfatória da criança em sala de aula. No entanto, a comunicação entre família, escola e terapeutas deve ser frequente para o alcance dos resultados esperados.

Referências

ASBAHR, Fernando R. Transtornos ansiosos na infância e na adolescência: aspectos clínicos e neurobiológicos. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, 2004.

ASSIS, S. G. (coord.). Ansiedade em crianças: um olhar sobre transtornos de ansiedade e violência na infância. FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2009.

MALDINI, Giovana. Crianças podem desenvolver transtornos mentais na pandemia. UFMG, Belo Horizonte, 2020.

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